quinta-feira, 14 de outubro de 2010

III Antologia de Poetas Lusófonos



MUITO DEVAGARINHO

O que é natural e bom, não se prepara,
Nasce espontaneamente como o Sol,
Dos simples vem a naturalidade rara,
Os simples não têm coisas em bemol.

Os olhos e ouvidos não alcançam tudo,
Mas nosso coração, que não vê, sente bem,
O que vai neste grande e teatral mundo,
Dão-se ao poder, ao dinheiro, aos que têm.

A fútil vaidade, a inútil cobiça, a inveja,
Invadiram nossas vidas e nossos corações,
Como uma peste maldita ou erva daninha.

Cegando os olhos para que ninguém veja,
Sangue contra sangue, tantas as maldições,
Cozinhando as almas muito devagarinho.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Barreira e a sua História - II Volume



Prefácio


Temos o privilégio de apresentar ao Leitor o segundo volume da obra Barreira e a sua História, da autoria do Senhor Professor António Borges Cunha. Em 2007, saiu o primeiro e lauto volume deste que se afirma, na historiografia leirenense, como um novo e extenso corpus dedicado ao passado da venerável Paróquia do Santíssimo Salvador da Barreira. Com a publicação, que desejamos próxima, do terceiro volume, concluir-se-á um projecto editorial que testemunha tanto a abnegação e a dedicação do seu Autor ao estudo e ao conhecimento da sua terra, e das gentes que lhes deram e dão vida, quanto o seu muito saber, autorizado por uma vida dedicada ao serviço da res publica portuguesa, seja nas primícias da sua vida como soldado português na distante Índia, seja, depois, na responsabilidade do magistério e da educação dos mais novos.
É extensa a obra publicada pela Professor António Borges Cunha nos domínios da pedagogia, da biografia, da poesia e da história. Cumpre destacar o interesse da sua investigação pioneira dedicada à vida do Barão de Porto de Mós (2004), o seu livro em que olha o legado português e a evolução mais recente da cidade indiana de Goa, e, ainda, o referido primeiro volume sobre a Barreira e a sua História, em cujas numerosas páginas nos legou uma visão vasta e ampla do passado local. Neste segundo volume, que dedica generosamente a todos os antepassados e pessoas de bem, o Autor delimita o período cronológico de estudo sobretudo ao Século XX.
O sujeito de observação continua a ser a sua Barreira, pátria de um Povo que é o seu, que aqui nos retrata pela compilação de antigas imagens de gentes, famílias, pessoas ou de monumentos e documentos que enchem de vida os que retratam e representam. Em várias páginas, até, sente-se que António Borges Cunha deixa de ser observador para se tornar, também ele, num participante de uma história de recordações e de afectos cujos ventos o tocaram intimamente.
Neste volume encontrar-se-á, numa primeira parte, a história dos nossos avós e pais, senão para muitos já bisavós barreirenses, porque dedicada sobretudo à primeira metade de Novecentos. Nele descortinamos informação e leitura acerca dos antigos costumes e trajes desta aldeia, de algumas das suas famílias patriarcais, nomeadamente as de António Rodrigues da Cruz, de João Carvalho, de João Maria de Almeida, de Joaquim da Cruz e dos Viscondes Guerra, sobre figuras carismáticas de membros do clero como foram o Padre Martinho, Monsenhor António Antunes Borges e o Cónego João Carlos da Costa Guerra, e, ainda, acerca da antiguidade da capela do Sobral ou dos intervenientes no restauro do altar-mor e do retábulo da igreja matriz. Em breves pinceladas, o Autor não esquece de aguarelar as vindimas neste terrunho ou de anotar a festa que constituía a comunhão solene dos jovens em cada ano.
Numa segunda parte, mais longa, foram compiladas pacientemente notícias relativas à Barreira e ao seu aro dispersas por jornais locais relevantes e influentes como o Portomozense, O Mensageiro e A Voz do Domingo. Trazem-se à memória acontecimentos e destinos, editais e narrativas breves, elogios e poemas que são, hoje, património imaterial dos barreirenses. Para estes, o livro, que se prefacia, será um instrumento de recordação, de revisitação a um passado próximo e até de comemoração; para os leirienses, em geral, e para os que se interessam pela história regional, em particular, ele constituirá mais uma pedra pacientemente lavrada e colocada no edifício da informação com que se constrói e (re)escreve a história da região alto-estremenha cujos campos o Lis fertiliza desde há séculos e séculos.

Saul António Gomes



Ficha Técnica:


Prefácio: Saul António Gomes

Páginas: 136

Concepção Gráfica: Folheto Edições & Design, Lda

Colaboração editorial: CEPAE

Depósito Legal: 264761/07

ISBN: 978-989-8158-78-9

sexta-feira, 25 de junho de 2010

GOA - 50 anos depois

Prefácio



Da minha janela virada para o mar, em noite de lua cheia sobre o Oceano Índico, por onde as frágeis caravelas de Vasco da Gama singraram mares nunca dantes navegados, em busca da Cristandade e especiarias da Índia, há cinco séculos, navegando com a minha vista já cansada e saúde esvaída pelos anos, procuro divisar agora para além do azul do firmamento a Pátria distante que se sumiu há cinco décadas…
Como dizia sinto uma onda de nostalgia e saudade a invadir-me a alma, feita de lembranças e recordações.
As lembranças humanas e culturais dissipam-se cada vez mais e o mundo elíptico e redondo como a lua que alcançámos vão-se esvaindo cada vez mais.
E a emoção da alma, no momento que passa, cresce com maior vivacidade quando o meu velho amigo Professor António Borges da Cunha, companheiro dos bancos da Escola Normal “Luís de Camões” na cidade de Pangim, a capital do velho Império das Índias e depois colega no ofício de publicações como a “Revista Académica”, autor de várias publicações em prosa e verso e acima de tudo um dos meus melhores amigos sinceros me pede para escrever umas linhas, à guisa de prólogo, para o seu livro “Goa – 50 anos depois”.
Agradeço o convite de bom grado do fundo do coração, sempre grato e apesar das limitações da minha competência para tão grande missão, pois não posso recusar-lhe o pedido pela alta camaradagem e amizade que lhe devo e que nos une há cinco décadas, quando os seus amigos em Portugal poderiam fazer-lhe melhor justiça e com maior destreza.
A primeira vez que o conheci, se a memória não me atraiçoa, foi naquele distante ano de 1958, no “Liceu Afonso de Albuquerque” em Pangim ao prestarmos exames e pelo facto dos nossos nomes se iniciarem da mesma forma “António”.
E como se o destino nos seguisse no mesmo trilho lá estava o Borges para o exame de admissão à “Escola Normal Luís de Camões”, onde mais tarde viemos a conhecermo-nos melhor, durante a frequência do 1.º Ano.
Ficaram na lembrança a sua vivacidade tecendo argumentos com a Professora D. Ester de Meneses e D. Fanquita deixando antever a sua já vasta bagagem cultural revelando o seu espírito de conciliação académica.
Acabado o primeiro ano o Borges regressou com o seu batalhão à Pátria, mas Goa e os seus amigos ficaram profundamente instalados no seu íntimo.
Convidado a celebrar as bodas os vinte e cinco anos do curso com um encontro de confraternização enviei-lhe um convite que foi correspondido via Fax, recebido em Margão, no Banco de Barodá pela minha saudosa esposa Maria de Sousa, numa friorenta manhã de Dezembro de 1985, provocando grande alegria entre os seus amigos.
Em 1992 cá estava o Borges, de novo tendo ido visitar-me ao banco de Barodá, em Velim, cuja gerência tinha a meu cargo.
O número dos seus amigos aumentava sempre com as suas visitas a Goa.
Finalmente em Janeiro de 2008 o Borges reapareceu como um cometa nos céus de Goa. Já aposentado e graças à reputação que gozava nos círculos governamentais de Goa foi possível dispensar-lhe tratamento condigno a uma pessoa de alta patente humana e que foi largamente noticiado na televisão e imprensa de Goa e até de Portugal.
Refiro-me à recepção dispensada ao Prof. Borges, no velho Palácio do Cabo, por Sua Excelência o Governador SR. S. C. Jamir, pelo Ministro-chefe de Goa Digabar Kamat e membros do Parlamento do sul de Goa, Sr. Francisco Sardinha, advogado, Sr. Ramakanta Khalap, Ex-ministro da Justiça da Índia aos quais ofereceu em nome da Câmara Municipal de Leiria os medalhões da Cidade com o seu lindo castelo.


Goa, 1 de Agosto de 2009
José de Sousa

Contacto: 966467450



Na Imprensa






Ficha Técnica:



Prefácio: José Sousa



Páginas:144



Concepção Gráfica: Folheto Edições & Design



Capa: Lorenz studios - Margão - Goa



Depósito Legal: 301 026/10



ISBN: 978-989-8158-64-2

Barreira e a sua História

Excerto do Prefácio

A bonita Freguesia da Barreira, bem vizinha do medieval cômoro castelão leiriense, tem vindo a merecer, nos últimos anos, a atenção de diversos estudiosos cujos estudos se encontram publicados. Dentre as freguesias do Concelho de Leiria, aliás, a Barreira encontra-se entre as que mais atenções têm merecido a eruditos e investigadores, poucas havendo que a ultrapassem em número de livros editados que compendiam as memórias pretéritas dessas terras cimeiras orgulhosas das suas heranças romanizantes dispersas pelas velhas colinas coliponenses que, em S. Sebastião de Freixo, encontram a sua polaridade.
O presente livro do Prof. António Borges Cunha insere-se, naturalmente, nesse notável esforço de conhecimento do património histórico-cultural, material e imaterial, deste espaço e das gentes que o habitam, tornando-o terra viva e com uma forte cultura social identitária. Às qualidades de pedagogo e de mestre rigoroso do ensino das Letras e do Saber, acresce, no Autor, um distinto amor pela investigação histórica regional leirenense. Exumou o Prof. Borges Cunha, em recente publicação, a biografia de um vulto intrigante do passado oitocentista da região, o do Barão de Porto de Mós, o que lhe mereceu anos de trabalho em arquivos estremenhos e alentejanos.
(…)
Não estranha, naturalmente, que António Borges Cunha conceda, neste seu novo livro, um espaço dominante à elucidação de uma história local que encarna uma dominante eclesial e religiosa. A história dos sistemas territoriais e populacionais da região leiriense transporta, aliás, essa marca antropológica plurissecular do religioso. O seu conhecimento é um desafio apaixonante. Este livro constitui, reconhecidamente, um novo e importante texto para a identificação dessa realidade que é a identidade histórica da região de Leiria.

Saul António Gomes
Ficha Técnica
Prefácio: António Saul Gomes
Páginas: 352
Concepção Gráfica: Folheto Edições & Design
Edição: Outubro 2007
Depósito Legal: 264 761/07
ISBN: 978-972-8821-84-5

quinta-feira, 24 de junho de 2010

II Antologia de Poetas Lusófonos

Colaboração com o poema:



Da minha janela

Da minha janela virada para a serra,
Vejo o casario, os vales e os montes,
Vejo as aves numa verdadeira guerra,
Vejo fumo, nuvens além no horizonte.

Da minha janela vejo o céu a brilhar,
Vejo muitos aviões cruzando os céus,
Vejo o sol na linda aurora matinal,
Vejo aves de rapina caçando sem véu.

Vejo verdes plantas oscilando ao vento,
Vejo a labuta do homem para colher pão,
Vejo as nuvens cruzando o largo espaço.

Este belo mundo num eterno movimento,
Diz que Algo rege toda esta exacta acção,
Perante isto nada digo, nem sei o que faço.

Ficha Técnica:


Preâmbulo: Adélio Amaro
Páginas: 472
Obra da Capa: "Caravelas nos mares" de Fréderic Duhamel
Concepção Gráfica: Folheto Edições & Design
Edição: 2009
Depósito Legal: 268036/07
ISBN: 978-989-8158-44-4

quarta-feira, 23 de junho de 2010

I Antologia de Poetas Lusófonos

Colaboração com o poema:

Chegou a Primavera

Querida! Vem à janela ver a Primavera...
Olha para o céu e admira quem chega...
Andorinhas que fizeram meia volta à Esfera,
Chegaram alegres e cansadas como negras.

Olha os campos que começam a florir...
As flores despontam dos pessegueiros,
Da Terra belo perfume começa a exaurir,
Um milagre acontece neste modesto canteiro.

Esta linda transição faz-me recordar,
As tuas transas nos teus verdes anos,
Teu lindo sorriso, não posso esquecer,

E que me segue e sempre faz sonhar,
Vendo coloridas borboletas em chamas,
E alvoraçadas avezinhas a tremer.

Ficha Técnica:
Preâmbulo: Adélio Amaro
Páginas: 264
Obra da Capa: "Raças" do Artista Plástico brasileiro Renato Bordini
Concepção Gráfica: Folheto Edições & Design
Edição: 2007
Depósito Legal: 2680336/07
ISBN: 978-972-8821-89-0

terça-feira, 22 de junho de 2010

Rosas

Excerto do prefácio:

Acreditem que não é fácil pegar na vida deste homem com um currículo intenso e diversificado e em poucas linhas como exige este apontamento, falar sobre ele para que todos o fiquem a conhecer melhor.
Poeta profundamente humanista e sabedor das coisas da vida, os seus poemas, como obra literária, levam-nos a apreciar a sua qualidade e o seu pensamento nesta sua "Mensagem"; o conteúdo deste livro é rico, nada feito ao acaso!
Todos os poemas são uma pergunta que tem sempre resposta...
Ao dar-nos a sua vida de ontem e de hoje, afirmada neste livro, temos que "registar" o recado que ele nos quer dar!
Foi certamente naquela longínqua Ilha da Costa do Malabar, Goa de nome, feita de socalcos verdes e refrescantes, que o poeta "agarrou" a sua inspiração! Deixo-lhe este pensamento feito rima:
Goa! Ilha da Costa do Malabar
Em socalcos verdes até ao mar!
A. Sá Pessoa
Deixa-me nascer…

Deixa-me nascer, mãe querida!
Beber teu leite sagrado…
Segurar teu dedo mindinho…
Sorver teu bafo adorado.

Não cortes meu direito à vida!
Deixa-me respirar o ar,
Admirar as flores, tão queridas!
E seu perfume saborear.

Deixa-me pelos campos correr,
De cabelo desgrenhado, à luz do sol,
À chuva, ao vento, numa louca corrida.

Não me tires o direito de viver,
Deixa-me gozar do teu colo,
Deixa-me saborear, de Deus, a vida…

Marvila, 25 de Novembro de 2002
António Borges da Cunha - in "Rosas"

FICHA TÉCNICA:

Prefácio: A. Sá Pessoa

Páginas: 32

Colecção: 25 Poemas - Folheto Edições & Design

Edição: Maio de 2005

Depósito Legal: 227 242/05

ISBN: 972-8821-29-8

terça-feira, 15 de junho de 2010

O Barão de Porto de Mós

Ficha Técnica:
Prefácio: Licínio Moreira da Silva
Páginas: 152
Ilustrações: Ricardo Brites
Edição: Câmara Municipal de Porto de Mós
Depósito Legal: 219019/04
Edição: 2004
Capa: Dr.ª Judite Cavaleiro Paixão, Do Erário Régio ao Tibunal de Contas, pág. 191, ed. Tribunal de Contas, Lisboa 1999

domingo, 13 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010