domingo, 27 de dezembro de 2020

OS GRANDES PODEM ROUBAR

 Por Óscar Afonso

Presidente do Observatório de Gestão da Fraude e docente da Faculdade de Economia do Porto, Expresso, 23/12/2020

Crescimento empobrecedor – a EDP e a Terra de Miranda

No dia 17 de dezembro, a EDP anunciou a conclusão do negócio de venda de seis barragens, três delas no Douro Internacional, em plena Terra de Miranda. Por via de uma complexa operação financeira, que envolve uma declarada reestruturação empresarial, o negócio, avaliado em 2,2 mil milhões de euros, foi feito sem que houvesse lugar ao pagamento de impostos. A operação dependia de autorização prévia do Governo, uma vez que envolve o valor da exploração da água do rio, que é, como sabemos, um bem do domínio público.

Efetivamente, a ser como referido na comunicação social, o Governo, através do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, autorizou que, desse modo, a EDP tivesse um encaixe financeiro de 2,2 mil milhões de Euros, sem que houvesse lugar a cobrança do Imposto do Selo, no valor de 110 milhões de euros, bem como os naturais impostos sobre as mais-valias, dado que a EDP havia comprado (ao Estado) o bem que agora vende por cerca de um terço do que agora recebe. Foram, assim, claramente beneficiados interesses particulares acima do interesse geral.

Tratando-se de um dos maiores negócios da história do nosso país, que tem por objeto o valor da exploração de um bem do domínio público situado no Interior, envolvendo por empresas com elevado poder económico, seria de esperar que o Estado prevenisse o planeamento fiscal agressivo e permitisse a promoção da coesão social e territorial.

Como referido acima, três das seis barragens, as mais produtivas, situam-se na Terra de Miranda – duas no concelho de Miranda do Douro e uma no concelho de Mogadouro. Ora, os dados estatísticos revelam que paralelamente ao engrandecimento da EDP, a Terra de Miranda registou uma trajetória de empobrecimento, de despovoamento (perdeu mais de metade da população desde a construção das barragens) e é hoje uma terra muito deprimida, com uma sociedade civil demasiado envelhecida e, por isso, extremamente enfraquecida e com o futuro ameaçado. É uma Terra que desespera para não morrer.

Tendo em conta a riqueza das pessoas que lá vivem, os PIB per capita de Miranda e de Mogadouro posicionam os concelhos, respetivamente, nas posições 182 e 225 entre os 308 que o País tem. Ou seja, mesmo sem terem população, ainda assim, o PIB per capita é miserável e alimentado por três origens principais – os orçamentos camarários, pelos empregos de que as autarquias necessitam para funcionarem, os subsídios à agricultura no âmbito da PAC, e a fraquíssima atividade produtiva. No entanto, tendo em conta a riqueza efetivamente produzida; i.e., contando também a ação das barragens, o PIB per capita de Miranda passa para 5.º do País e o de Mogadouro para 25.º. Por conseguinte, a Terra de Miranda não é pobre: está empobrecida por ter estado sujeita à extração dos seus recursos naturais.

Hoje, em Miranda, vive-se mal, cada vez pior, porque à medida que se foi perdendo população foi-se também descapitalizando. O que incomoda é a contradição entre o viver cada vez pior e a existência de um recurso, a água, que permitiria ter vivido sempre bem. O que incomoda é, portanto, a existência de duas dinâmicas distintas: a atividade económica, social e cultural da Terra de Miranda em queda; a grandeza da EDP em ascensão. Creio que todos os portugueses se congratulam com a grandeza da EDP, mas também penso que não se pode ser “rico” à custa do empobrecimento de outros; que o empobrecimento contínuo da Terra de Miranda, em particular, não favorece os portugueses mais do que o engrandecimento da EDP.

Seria de esperar que a EDP praticasse para com a Terra de Miranda o valor e compromisso da sustentabilidade que diz defender. A este propósito, diz-nos a EDP que assume as responsabilidades sociais e ambientais que resultam da sua atuação, contribuindo para o desenvolvimento das regiões onde está presente. Sejamos sinceros, com a Terra de Miranda tal não aconteceu. Será então pura retórica?

Enquanto a EDP se engrandecia a Terra de Miranda foi definhando. A EDP não foi inclusiva, não cumpriu o compromisso da sustentabilidade, foi sempre extrativa do recurso natural água que o Douro leva por aquela terra. Os mirandeses tinham agora a expectativa de que, com a venda das barragens, a EDP se redimisse e contribuísse para a melhoria da massa crítica social, da atividade cultural e económica da Terra de Miranda. Seria então recordada dessa maneira. Mas, infelizmente, tal parece não vir a suceder. A forma como decorreu a operação de venda das barragens indicia que, com a conivência do Governo, não há sensibilidade social nem defesa do interesse público e que a exploração é para levar até ao último cêntimo, privilegiando o interesse particular contra o interesse geral e contra a coesão social e territorial.

No negócio em curso da venda das barragens, os 2,2 mil milhões de euros, que são o preço da transação, refletem o valor atual dos lucros (futuros) com a concessão. Desse modo foi possível apurar o margem de lucro da EDP por unidade de energia produzida e, aplicando-a à produção acumulada desde a instalação das barragens, obter o valor do ganho: pelo menos 5 mil milhões de euros ao longo dos últimos sessenta anos. Ou seja, a EDP extraiu cerca de 7 mil milhões de euros (o equivalente a oito pontes Vasco da Gama) da Terra de Miranda, a troco do seu empobrecimento. E, sejamos honestos, essa enorme riqueza é riqueza da Terra de Miranda, que lhe foi extraída.

Efetivamente, com a venda das barragens, o ativo vendido mais importante não foram as turbinas, nem os edifícios, nem a gestão, nem sequer o know how. Os ativos mais valiosos que foram vendidos são proporcionados pelos recursos naturais da Terra de Miranda: a água, o declive do rio Douro internacional e a morfologia das suas margens. Sem estes recursos naturais, as barragens não teriam valor económico! Tal como o trabalho e o capital, também os recursos naturais são fundamentais para a atividade económica do País.

Ora, as populações, cujo destino está indissociavelmente ligado aos seus recursos naturais, em todas as partes do mundo (só para citar um exemplo muito simples, as praias do Algarve são a riqueza que permite aos algarvios ter um PIB per capita relevante), não podiam ser absolutamente ignoradas e desprezadas neste negócio final. No mínimo, deveriam saber o que se fazia, qual ia ser o destino dos seus recursos naturais nos próximos anos ou décadas e, a menos que o Governo deseje que a Terra de Miranda se torne terra de ninguém, deviam receber pelo menos parte das contrapartidas que lhe seriam devidas.

Creio que todos concordarão que, caso a venda tivesse – como devia – dado lugar aos 110 milhões de euros de Imposto do Selo e esse valor fosse entregue às populações, seria sempre insuficiente para as compensar de toda a riqueza que lhes caberia num modelo justo de repartição dos benefícios. Ao optar por não cobrar esse valor, que corresponde apenas a cerca de 1,57% da riqueza extraída pela EDP da Terra de Miranda, optou-se por continuar a penalizar os mirandeses e os portugueses em geral. Será que este procedimento é próprio de um país civilizado?

(Óscar Afonso, presidente do Observatório de Gestão da Fraude e docente da Faculdade de Economia do Porto, Expresso, 23/12/2020)


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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

DOIS MIL E VINTE

 

Dois mil e vinte

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Este foi um ano para esquecer, afirma o PÚBLICO na retrospectiva de 2020. É uma expressão que descreve bem 2020 sem significar que o ano venha a ser (ou deva ser) esquecido.

Em alguns aspectos, este foi um ano em que a tecnologia ganhou importância. O ano do coronavírus (e das eleições americanas e da tortura e morte de um homem no Aeroporto da Portela) foi aquele em que a tecnologia permitiu que o mundo continuasse operacional, apesar de parcialmente fechado em casa. O Zoom e plataformas similares passaram a ser rotina para milhares de trabalhadores, e ainda tornaram possíveis reuniões familiares e de amigos. Serviços de streaming como o Netflix e o YouTube ocuparam milhares de horas de confinamento. Usar plataformas de estafetas como a Uber Eats e a Glovo tornou-se tão banal como antes era almoçar fora – e estas absorveram precariamente uma parte da mão-de-obra que a crise dispensou. A Peloton, uma empresa de aparelhos de exercício conectados, viu o negócio disparar graças aos receios de contágio nos ginásios. Os produtos e serviços de empresas como a Microsoft e o Google tornaram-se ainda mais essenciais. O mesmo aconteceu com as fabricantes dos componentes que fazem funcionar a enorme cloud.

As valorizações em bolsa são um indicador claro de que o mundo da tecnologia continuou a girar. A economia encolheu em todo o mundo, milhões de pessoas ficaram mais pobres, há sectores devastados; mas todas as grandes tecnológicas ganharam valor. Jeff Bezos, o presidente da Amazon e a pessoa mais rica do mundo, termina o ano 72 mil milhões de dólares mais rico. Elon Musk, da Tesla, ganhou quase o dobro: são mais 140 mil milhões de dólares, que o catapultaram para o segundo lugar na lista dos “bilionários” compilada pela Bloomberg.

Já muitos afirmaram que esta é uma crise desigual (entre eles, um Prémio Nobel da Economia), afectando muito mais alguns segmentos da população (sobretudo, os que ganham menos e têm menos educação) e poupando (ou beneficiando, até) os trabalhadores da chamada economia do conhecimento. O sector das tecnologias tem sido nos últimos anos um palco para a desigualdade económica brilhar, algo que a pandemia veio exacerbar. E a crença no futuro risonho das empresas tecnológicas é tal que as acções do Airbnb – uma empresa que vive essencialmente do turismo – mais do que duplicaram de valor quando se estrearam este mês na bolsa.

Para muitas tecnológicas, a coreografia de lançamentos seguiu mais ou menos o rumo planeado. A Microsoft e a Sony lançaram as novas Xbox e PlayStationSamsungHuawei e Apple apresentaram novos telemóveis. Por cá, a Web Summit aconteceu em linha com o espírito dos tempos: numa versão integralmente online, mas com menos impacto do que o habitual.

Sinal do poder das grandes tecnológicas é o facto de, apesar das preocupações pandémicas, este ter sido um ano em que reguladores e legisladores na Europa e nos EUA mostraram alguma disposição para apertar o controlo. Tanto o Facebook (que é dono do WhatsApp e do Instagram) como o Google foram acusados nos EUA de práticas anticoncorrenciais. Já a União Europeia apontou baterias à Amazon, incluindo com a abertura de uma segunda investigação à forma como a empresa apresenta os seus próprios produtos face aos produtos de outros retalhistas que usam a plataforma.

Porém, este foi também um ano de humildade para o mundo da tecnologia, onde a húbris não é exactamente um bem escasso. Afinal, o grande contributo das tecnologias de informação para mitigar a pandemia – as aplicações de rastreio de contacto que muitos países adoptaram – serviram para pouco ou nada. Um trabalho do PÚBLICO em Outubro concluiu que apenas 179 pessoas tinham até então assinalado os respectivos contágios na polémica aplicação StayAway Covid.

Há problemas que nenhum código informático resolve – e a pandemia global mostrou ser um deles.

4.0 é uma newsletter sobre inovação, tecnologia e o futuro. Críticas e sugestões podem ser enviadas para jppereira@publico.pt. Espero que continue a acompanhar.

 

domingo, 20 de dezembro de 2020

ASSIM VAI A ECONOMIA DOS GRANDES

 DADOS IMPORTANTES:

Este senhor antes de entrar na CGD era administrador executivo da José de Mello Saúde (apenas um dos 14 cargos que tinha na época).
E depois de entrar na CGD continuou a trabalhar para o GRUPO MELLO.


A MISSÃO:
“Desalavancar” a dívida do grupo Mello à banca. Em Agosto passado os Mellos compraram de manhã uns milhões de ações da Brisa a 2,75 € cada , principalmente a PEQUENOS ACIONISTAS, e entregaram-nas à tarde a três bancos – CGD, BCP e BES – a 6 € cada ação, preço que os bancos consideraram ser o “justo valor” do título. 

No conjunto do lote das ações os Mellos ganharam 375 milhões de euros, segundo noticiou então o “Diário Económico”.
Acrescentava ainda esse jornal que a operação permitiu dar um novo fôlego ao grupo que estaria então à beira da rutura financeira. 

O que significa a utilização do cargo para fazer isto?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

O CÉU E O INFERNO

 Um homem santo teve um dia para conversar com Deus e lhe disse:


"Senhor, eu gostaria de saber como são o Céu e o Inferno"

Deus então levou o homem santo a duas portas.

Ele abriu uma e o deixou olhar para dentro.

Havia uma grande mesa redonda.

No centro da mesa havia um enorme recipiente contendo comida deliciosamente temperada e perfumada.

O homem santo ficou com água na boca.

As pessoas sentadas ao redor da mesa, eram  magras, pálidas e doentes.

Todos pareciam com fome.

Eles tinham colheres com cabos longos, presas ao braço.


Todos alcançavam o prato de comida e podiam pegar um pouco, mas como o cabo da colher era mais comprido que o braço, não podiam levar a comida até a boca.

O homem santo tremeu ao ver a miséria e o sofrimento deles.

Deus disse: "Você acabou de ver o inferno".

Deus e o homem se dirigiram em direção à segunda porta.

Deus a abriu.

A cena que o homem viu era idêntica à anterior.

Havia a grande mesa redonda e o recipiente que fez  dar água na boca.


As pessoas ao redor da mesa também tinham colheres com cabos longos.

Desta vez, no entanto, eles estavam bem alimentados, felizes e conversando uns com os outros, sorrindo.

O homem santo disse a Deus: "Eu não entendo!"

É simples, respondeu Deus, eles aprenderam que o cabo da colher não permite que você se alimente ... mas permite que você alimente seu vizinho.

Então eles aprenderam a
alimentar uns aos outros!

Aqueles na outra mesa, por outro lado, só  pensam em si mesmos ...

Inferno e Paraíso são os mesmos em estrutura ...

Nós trazemos a diferença dentro de nós !!!

Eu me permito adicionar
um pensamento não meu:

 "Na terra há o suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não para satisfazer a ganância de alguns.

Nossos pensamentos, por melhores que sejam, são falsas pérolas, se não são transformadas em ações.


Seja a mudança que você quer ver no mundo ".


              Mahatma Gandhi

Estima-se que 93% das pessoas não encaminharão esta mensagem.

Se você faz parte dos 7% que o farão, envie, para tentar deixar claro que solidariedade sempre paga, ganância não.

...

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

ASSIM VAI O NOSSO BURGO

 Os políticos portugueses e Europeus, “SABEM” que o Povo Português é de uma “IGNORÂNCIA”, social política que NEM SEQUER PROCURA CONHECER AS LEIS QUE REGULAM A SUA VIDA E, POR ISSO TUDO NOS VAI ACONTECENDO NA MAIOR DAS PASSIVIDADES, CONCORDÂNCIAS E ACEITAÇÃO DAS DECISÕES POLÍTICAS ATÉ NA VIOLAÇÃO DAS LEIS. Vale a pena ler, meditar e sobretudo perceber como aqui chegámos!!!

  

 SEGURANÇA SOCIAL


PARA AJUDAR A ESCLARECER:

1. Até 1974 NÃO EXISTIA a SEGURANÇA SOCIAL mas a PREVIDÊNCIA SOCIAL;
2. Fiz parte da 1ª e 2ª Comissões que em 1976/77 preparou a Reforma da Previdência criando a Segurança Social, o Centro Nacional de Pensões, os Centros Regionais das Segurança Social integrando-se nesses as caixas de Previdência;
3. A 2ª Comissão integrou, além de mim próprio, maria de Belém Roseira, Leonor Guimarães, Fernando Maia e Madalena Martins;
4. NÃO HOUVE qualquer nacionalização e as próprias Casas do Povo e o regime dos rurais só em 1980 foram integradas na Segurança Social;
5. O ESTADO não tinha que meter dinheiro na Segurança Social pois o seu funcionamento foi e é assegurado pelas contribuições das entidades empregadoras e trabalhadores;
6. Outra coisa tem a ver com a CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES pois a mesma foi financiada exclusivamente pelas contribuições dos agentes do Estado a quem os funcionários confiaram mês a mês os seus descontos igualzinho aquilo que acontece com a conta poupança que vai capitalizando ao longo do seu período de vigência;

Com um abraço amigo
 


Convém ler e reler para ficar a saber, pois isto é uma coisa que interessa a todos.....
Vale a pena ler, isto a ser verdade (parece que sim) agora sabemos porque não chega para todos:
A INSUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL
A Segurança Social nasceu da Fusão (Nacionalização) de praticamente todas as Caixas de Previdência existentes, feita pelos Governos Comunistas e Socialistas, depois do 25 de Abril de 1974.
As Contribuições que entravam nessas Caixas eram das Empresas Privadas (23,75%) e dos seus Empregados (11%).
O Estado nunca lá pôs 1 centavo.
Nacionalizando aquilo que aos Privados pertencia, o Estado apropriou-se do que não era seu.
Com o muito, mas muito dinheiro que lá existia, o Estado passou a ser "mãos largas"!
Começou por atribuir Pensões a todos os Não Contributivos (Domésticas, Agrícolas e Pescadores).
Ao longo do tempo foi distribuindo Subsídios para tudo e para todos.
Como se tal não bastasse, o 1º Governo de Guterres (1995/99) criou ainda outro subsídio (Rendimento Mínimo Garantido) em 1997, hoje chamado RSI, ONDE OS CIGANOS “SEM TEREM CONTRIBUIDO” RECEBEM VALORES SUPERIORES A MUITOS QUE TRABALHARAM, DESCONTARAM DURANTE UMA VIDA.
E tudo isto, apenas e só, à custa dos Fundos existentes nas ex-Caixas de Previdência dos Privados.
Os Governos não criaram Rubricas específicas nos Orçamentos de Estado, para contemplar estas necessidades.
Optaram isso sim, pelo "assalto" àqueles Fundos.
Cabe aqui recordar que os Governos do Prof. Salazar, também a esses Fundos várias vezes recorreram.
Só que de outra forma: pedia emprestado e sempre pagou. É a diferença entre o ditador e os democratas?
Em 1996/97 o 1º Governo Guterres nomeou uma Comissão, com vários especialistas, entre os quais os Profs. Correia de Campos e Boaventura de Sousa Santos, que em 1998, publicam o "Livro Branco da Segurança Social".
Uma das conclusões, que para este efeito importa salientar, diz respeito ao Montante que o Estado já devia à Segurança Social, ex-Caixas de Previdência, dos Privados, pelos "saques" que foi fazendo desde 1975.
Pois, esse montante apurado até 31 de Dezembro de 1996 era já de 7.300 Milhões de Contos, na moeda de hoje, cerca de 36.500 Milhões ?.
De 1996 até hoje, os Governos continuaram a "sacar" e a dar benesses, a quem nunca para lá tinha contribuído, e tudo à custa dos Privados.
Faltará criar agora outra Comissão para elaborar o "Livro NEGRO da Segurança Social", para, de entre outras rubricas, se apurar também o montante actualizado, depois dos "saques" que continuaram de 1997 até hoje E, ACABAR COM AS REFORMAS VITALÍCIAS DOS, PRESIDENTES DA REPÚBLICA, DEPUTADOS QUE SEM VALOR CONTRIBUTIVO DE NO MÍNIMO 36 ANOS, SÃO REFORMADOS
Mais, desde 2005 o próprio Estado admite Funcionários que descontam 11% para a Segurança Social e não para a CGA e ADSE. CRIANDO NESTAS ESTRUTURAS UM DEFECIT PARA AS CONSIDERAR INÚTEIS E SEM JUSTIFICAÇÃO DE EXISTIR “A TAL PARIDADE CAMUFLADA DE UMA POLÍTICA NEOLIBERAL DE DESTRUIÇÃO DO TECIDO SOCIAL.
Então e o Estado desconta, como qualquer Empresa Privada 23,75% para a SS?
Claro que não!...
Outra questão se pode colocar ainda.
Se desde 2005, os Funcionários que o Estado admite, descontam para a Segurança Social, como e até quando irá sobreviver a CGA e a ADSE?
Há poucos meses, um conhecido Economista, estimou que tal valor, incluindo juros nunca pagos pelo Estado, rondaria os 70.000 Milhões?!
Ou seja, pouco menos, do que o Empréstimo da Troika!...
Ainda há dias falando com um Advogado amigo, em Lisboa, ele me dizia que isto vai parar ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
Há já um grupo de Juristas a movimentar-se nesse sentido.
A síntese que fiz, é para que os mais Jovens, que estão já a ser os mais penalizados com o desemprego, fiquem a saber o que se fez e faz também dos seus descontos e o quanto irão ser também prejudicados, quando chegar a altura de se reformarem!...
Falta falar da CGA dos funcionários públicos, assaltada por políticos sem escrúpulos que dela mamam reformas chorudas sem terem descontado e sem que o estado tenha reposto os fundos do saque dos últimos 20 anos.
Quem pretender fazer um estudo mais técnico e completo, poderá recorrer ao Google e ao INE.
SEM COMENTÁRIOS...mas com muita revolta....
OS FATOS HISTÓRICOS ESTÃO REGISTADOS !!!
Sabem que, na bancarrota do final do Século XIX que se seguiu ao ultimato Inglês de 1890, foram tomadas algumas medidas de redução das despesas que ainda não vi, nesta conjuntura, e que passo a citar:
A Casa Real reduziu as suas despesas em 20%; não vi a Presidência da República fazer algo de semelhante.
Os Deputados ficaram sem vencimentos e tinham apenas direito a utilizar gratuitamente os transportes públicos do Estado (na época comboios e navios); também não vi ainda nada de semelhante na actual conjuntura nem nas anteriores do Século XX.
SEM COMENTÁRIOS.
Aqui vai a razão pela qual os países do norte da Europa estão a ficar cansados de subsidiar os países do Sul.
Governo Português:
3 Governos (continente, Madeira e Açores)
333 deputados (continente, Madeira e Açores)
308 câmaras
4259 freguesias
1770 vereadores
30.000 carros
40.000(?) Fundações, Observatórios e Associações
500 assessores em Belém
1284 serviços e institutos públicos
Para a Assembleia da República Portuguesa ter um número de deputados "per capita" equivalentes à Alemanha, teria de reduzir o seu número em mais de 50%
O POVO PORTUGUÊS NÃO TEM CAPACIDADE PARA CRIAR RIQUEZA SUFICIENTE, PARA ALIMENTAR ESTA CORJA DE GATUNOS!
É POR ESTAS E POR OUTRAS QUE PORTUGAL É O PAÍS DA EUROPA EM QUE SIMULTANEAMENTE SE VERIFICAM OS SALÁRIOS MAIS ALTOS A NÍVEL DE GESTORES/ADMINISTRADORES E O SALÁRIO MÍNIMO MAIS BAIXO PARA OS HABITUAIS ESCRAVIZADOS. ISTO É ABOMINÁVEL!

Faz o que te compete: divulga e não te esque-ças, a seguir vão-te aos depósitos e às tuas pou-PANÇAS, entendem?

  Assim, vai o nosso BURGO!

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O BISPO DE CABINDA

 


 

Por Dom Belmiro Chissengueti, bispo da Diocese de Cabinda

 

«O QUE OS PORTUGUESES DEIXARAM EM 1975 EM ANGOLA»


Os que têm 45 anos, talvez, não saibam!
Vale a pena recordar!
O que os portugueses deixaram em 1975 em Angola, além de habitações, escolas, hospitais etc.,  etc....,  que não constam nesta lista!
Isto para 8 milhões de pessoas!
ANGOLA - 1.º DE MAIO DE 1975
PETRANGOL - Refinaria e Distribuição de Combustíveis
DTA-TAAG - Linhas Aéreas ligando todas as províncias, mesmo entre elas.
CFB - Caminho de Ferro de Benguela, do Lobito a Dilolo-RDC
CFM - Caminho de Ferro de Moçâmedes, da Namíbia até Menongue
CFA - Caminho de Ferro de Angola, de Luanda até Malange
CFA - Caminho de Ferro do Amboim, de Porto Amboim até Gabela
SOREFAME - Metalúrgica, Construção de Comboios e Barcos
CECIL - Fábrica de Cimento
INDUVE - Fábrica de Óleos de Produtos Alimentares
CASSEKEL - Fábrica de Açúcar da Catumbela
TENTATIVA - Fábrica de Açúcar do Norte
AAA - Algodoeira Agrícola de Angola - Óleos Alimentares
EPAL - Fábrica de Conservas de Sardinha e Atum
ICA - Instituto dos Cereais de Angola
ICA - Instituto do Café de Angola – 3.º Produtor Mundial
IAA - Instituto de Algodão de Angola – 4.º Produtor Mundial
IVA - Instituto Veterinário de Angola – 1.º Exportador de Carne Bovina de África
IAA - Instituto Agrícola de Angola – 2.º Exportador de Sisal de África

GM - Grémio do Milho, 1.ª rede de Silos de África
CTT - Correios e Telefones, cobrindo todo o território
CUCA - Cervejas Cuca, Skol, Rações Avicuca e Concentrado de Maracujá
NOCAL - Fábrica de Cerveja
EKA - Fábrica de Cerveja
N'GOLA - Fábrica de Cerveja
ANTÁRTICA - Refrigerantes, 10 sabores
CANADA DRY - Refrigerantes 5 sabores incluindo a Coca Cola
CARBO SIDRAL - Refrigerantes de Maçã
LACTANGOL - Queijos e Leite Pasteurizado
BUÇACO - Indústria Salsicharia
NOVA AURORA - Indústria Salsicharia
QUILENGUES - Indústria de Salsicharia
SOVAN - Fábrica de Vinho de Laranja
COALFA - Fábrica de Vinho de Laranja
CANJULO - Fábrica de Vinho de Ananás
CAXI - Fábrica de Vinho de Ananás
MABOR - A Maior Fábrica de Pneus de África
FABIMOR - Fábrica de Motorizadas e Bicicletas
FBA - Fábrica de Sapatos
ANIAL - Fábrica de Tintas de Angola
DYRUP - Fábrica de Tintas
CORAL - Cores de Angola, Fábrica de Tintas
ROBIALAC - A Maior Fábrica de Tintas de Angola
LUPRAL - Fábrica de Fibrocimento de Angola
ANGASES - Indústria de Oxigénio, Azoto, e outros gases líquidos.
HITACHI - Linhas de Montagem
SCANIA - Linhas de Montagem Manuel Conde em Viana
CCUP - Companhia de Celulose do Ultramar Português (3000 operários)
MIDAL - Matadouros Industriais de Angola
ESTRELA - Fábrica de Frutas em Calda e Cristalizadas
ALLA RIBA - Indústria de Redes de Pesca
FARINHA DE PEIXE – 2.º Maior Exportador do Mundo
1973 - A OMS - Organização Mundial de Saúde declara extinta a raiva em Angola
1973 - Todos os cidadãos do Mundo poderiam viajar para Angola sem vacinas
EDUCAÇÃO GRATUITA - Em todo o território
SAÚDE GRATUITA - Em todo o Território
1972 - Todas as capitais de província ligadas por asfalto.
DE BANANA E ANANÁS
MAIOR NÚMERO DE CABEÇAS DE GADO BOVINO DE ÁFRICA
MAIOR FROTA PESQUEIRA DE ÁFRICA (Porto Amboim-Baía Farta-Tomboa)
1974 - MAIOR CRESCIMENTO ECONÓMICO DE ÁFRICA, 2.º DO MUNDO
Banco de Angola
PRODUÇÃO DE RÍCINO
PRODUÇÃO DE CROEIRA
EXPORTAÇÃO Banco Pinto e Sottomayor
Banco Comercial de Angola
Banco de Crédito Comercial e Industrial
Banco Totta Standard
FINIBANCO - Espírito Santo
ANGOLANA - Companhia de Seguros
IMPÉRIO - Companhia de Seguros
TRANQUILIDADE - Companhia de Seguros
FIDELIDADE - Companhia de Seguros
DIAMANG - Exploração de Diamantes
ANGLO-AMÉRICA - Exploração dos Sub-solos
MINEIRA - Exploração de Minério (Cuima e Cassinga)
CABINDA GULF OIL - Exploração de Petróleo
TEXACO - Distribuidora de Combustíveis
SHELL - Distribuidora de Combustíveis
SACOR - Distribuidora de Combustíveis
ESSO - Distribuidora de Combustíveis
FINA - Distribuidora de Combustíveis
ANGOLA 1974 - Maior destino Turístico da África Austral
NÍVEL MUNDIAL - Basquetebol - Hóquei em Patins - Automobilismo - Luta Livre
LUANDA - O 1.º Laboratório de Ensino de Línguas Estrangeiras de África, Colégio José Régio- Samba.
1974 - Alguém se lembra?
Só para recordar.
Enfim, e o tempo passou...!!!

 

 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

DAVID DINIS

 

João Vieira Pereira

David Dinis

Diretor-adjunto

O mês que nos mostrou que há uma luz (ainda que lá ao fundo)

03 DEZEMBRO 2020 


Viva!


Chegamos a dezembro com esta sensação estranha. Sabemos que ainda temos um país em vários tons de vermelho, respiramos fundo com as medidas, às vezes confusas, que temos de cumprirantevemos um Natal bem diferente de todos os outros - com o Pai Natal em “teletrabalho” e uma ceia em que até o bolo-rei e os perus encolheram.


Sabemos tudo isto, que lhe temos contado por aqui no Expresso, mas sabemos também que este é o Natal que perdemos para ganhar o próximo. Mas sobretudo já o sabemos na certeza de que as vacinas estão aí à portapara nos devolverem os sorrisos perdidos.


É verdade, não sabemos ainda quando voltaremos a ter alguma normalidade, porque há várias dúvidas mais por esclarecer, e até já percebemos que o caminho até lá será difícil e, por vezes, polémico. Ainda esta semana lhe contámos que a DGS pensou colocar os idosos como última prioridade na vacinação, o que nem Governo nem Presidente aceitaram. Mas como também lhe contámos, o plano final será conhecido na sexta-feira (embora um conhecido comentador já tenha dado uma ideia de como tudo vai ser, se não mudar outra vez).


Aqui, no Expresso, também olhamos para o copo meio cheio: por isso lhe contámos que, lá por forajá há países que planeiam a entregamostrámos ainda como as farmacêuticas já preparam as Vacinas em gelo seco e controlo por GPS, para ser mais segura a distribuição. E até explicámos como esta pode ser uma vacina para António Costa superar tensões, agora que aprovou um orçamento à justa e com uma maioria à beira do pântano. Já que lhe falo nisso, registe do Orçamento para 2021 as medidas que vão mexer com o seu bolso - pode bem ser-lhe útil, porque arranque do ano ainda vai exigir um certo respirar fundo.


Falando nisso, foi em novembro também que soubemos como PSD e CDS colocaram Ventura no arco do poder, uma solução que chegou pelos Açores, mas que foi negociado em Lisboa, com um aval de Marcelo. Contámos-lhe como, por lá, nos Açores, “quem votou no PSD, não votou nos outros”, aprofundando depois o enigma que deixa meio país político perplexo: porque é que as contradições não penalizam os populistas? 


Mas será que não penalizam mesmo? Em novembro, na América, Donald Trump foi formalmente forçado a iniciar uma transição de poder a que tanto resistiu, mesmo tendo perdido claramente. É certo, há quem acredite ainda que Trump pode ter um autoperdão como presente de despedida, mas agora é mesmo em Joe Biden que o mundo tem os olhos postos. Mesmo sabendo que a estrada depois da vitória é uma via estreita para um político à moda antiga, mesmo sabendo que Biden tem, pelo menos, nove obstáculos para normalizar a América.


Mesmo sabendo disso, novembro foi um mês de esperança, mesmo que agridoce. Foi o mês certo para lhe trazer esta entrevista a Barack Obama de olhos postos no futuro. Foi o tempo certo para lhe entregarmos uma conversa inédita com o filho de Francisco Sá Carneiro, onde ele nos contou como se “sofre em privado”, ou porque prefere acreditar que o seu pai morreu há 40 anos num acidente, e não num atentado. E também foi pela esperança que lhe mostramos a descoberta portuguesa que promete revolucionar a energia solar.


É disso que precisamos, de esperançade um ano solar. Daí que me despeça de si, hoje, dizendo isto pela primeira vez: que respire fundo, porque 2020 está a acabar; que entre no ano novo com redobrada força; que siga por 2021 na nossa companhia. Que o próximo ano lhe traga tudo o que neste ano foi um bem escasso: boas notícias.


No fim de tudo isto, recomendo também que aproveite a nossa campanha de Cyber Weekque termina já este domingo. Aproveite e fique connosco durante 3 meses por apenas 6€                             

QUEM ACODE A GOA do Heraldo

 

Resistindo à 2ª colonização
O coronavírus fez a ponte entre a vida e a morte. Uma morte distante se tornou uma realidade próxima. Somos desafiados a viver com uma morte imanente. A destruição da vida entrou em nossa vida biológica e interrompeu nossos modos de ser humanos. Todas as desigualdades derretem na frente de Covid-19. Tornou-se como a morte um grande equalizador. É uma grande oportunidade de aprender a viver. Somos empurrados para o que pode ser chamado de uma vida hesitante. Nossa vida é contornada pelo vírus mortal. É nessa vida hesitante que vivemos nossa vulnerabilidade e finitude. Viver hesitante é uma espécie de circuncisão / aborto da vida. É literalmente viver com a morte na boca. Embora tenhamos adotado uma vida hesitante, parece que nosso governo decidiu fazer feno quando o sol brilha. Parece que o governo está usando a cobertura da pandemia para empurrar sua agenda sinistra sobre nós. Primeiro foram os três projetos que ameaçavam enegrecer Goa com carvão e agora é a inclusão de Carambolim no PDA maior do Panjim sem qualquer coisa escondida no patrimônio mundial em Goa Velha.

O governo central aprovou sob bloqueio uma linha ferroviária, uma rodovia e uma linha de transmissão de energia, alegando que foi aprovado por um painel estadual. O Indian Express afirma que pelo menos seis membros do referido painel saíram abertamente para dizer que não tinham conhecimento de tal autorização e assinalaram as suas preocupações ambientais, ecoando a dissidência do povo goês. Parece agora que o governo tem ovo / carvão em sua cara. É uma tentativa de arrasar unilateralmente os três projetos sobre o povo de Goa sem qualquer respeito à estrutura federal de Goa está exposta. Parece que tanto o centro como os governos estaduais em conivência contornaram o Conselho Estadual de Vida Selvagem de Goa (GSWLB) e fraudulentamente alegaram que tinha o consentimento do referido GWLB para os referidos projetos. Embora o governo esteja tentando fazer o controle de danos, a negação de qualquer fraude não convence. Agora que o gato está fora do saco, o carvão a que os goeses resistem escureceu a cara do governo central e de Goa e revelou a verdade sombria de que o centro trata Goa como sua colônia.

Infelizmente, nosso Governo BJP tornou-se um colaborador silencioso e portador dos interesses da elite econômica e tornou-se uma desgraça para Goa e Goans. Talvez não possamos aspectos a fidelidade a Goa e seu povo do Governo que permitiu Karnataka atacar nossos recursos hídricos de Goa desviando o rio Mhadei.

Goa não pode se tornar matéria-prima para a elite do poder acumular riqueza. Enquanto ainda lutamos para salvar Goa da ganância das elites econômicas que se escondem sob o manto do desenvolvimento de nossa nação, tivemos outra batalha em nossas mãos. Desta vez, tínhamos de proteger o património mundial reconhecido pela UNESCO na Velha Goa, pois a aldeia de Ela foi submetida ao Grande Panjim PDA. Felizmente, um partido político com o interesse de Goa em seu coração (Goa Forward Party), guardiões do patrimônio, alguns líderes religiosos e outros agiram como delatores e prevaleceu o bom senso. O governo finalmente descartou a proposta de incluir a Velha Goa na Zona C1, que teria permitido aos construtores construir estruturas que podem ter até 30 metros de altura.

Por enquanto, somos salvos de um desastre que teria desfigurado nossa herança religiosa e cultural. Ainda precisamos estar atentos para que o lobby que se propõe a usar nossa terra, cultura e patrimônio como matéria-prima para gerar riqueza não desista facilmente. Isso é especialmente necessário porque se sabe que a maior parte das terras no planalto de Kadamba é comprada por alguns forasteiros que têm poder de lobby em Delhi. É por isso que nossos piores temores de que Goa esteja sendo tratada como a colônia de Delhi e nosso Governo em Goa parecendo ser um colaborador ativo nesta escravidão de Goa possa retornar com vingança em outro dia. Portanto, não podemos baixar a guarda, mas devemos permanecer vigilantes.

No que diz respeito ao nosso próprio governo, os goeses são um povo não escolhido. Aqueles que têm poder de lobby em Delhi ou aqueles que podem usar seu poder do dinheiro pertencem ao povo escolhido do governo. Portanto, podemos ver claramente uma segunda colonização de Goa. Um desenvolvimento que não tem qualquer consideração pela ecologia, herança cultural, história e sentimentos de nosso povo, mas que é exclusivamente voltado para o uso da terra, água, recursos ecológicos e culturais de Goa para construir riqueza para seus comparsas de elite subdesenvolvimento que é empurrado em nossas gargantas contra a nossa vontade por nosso Governo. Tal desenvolvimento autoritário trata Goa apenas como um recurso econômico e não promove o bem de Goa e de Goa. Um desenvolvimento que deixa os goeses para trás e aproveita os nossos recursos para beneficiar a elite da metrópole (Delhi) não pode ser um desenvolvimento da nossa nação. O Governo está usando a ideologia do nacionalismo casado com uma religião para fabricar o consentimento da maioria em entregar os recursos de nossa nação que pertencem ao povo à sua elite eleita.

Nós em Goa podemos ver como o lobby do carvão está promovendo seus interesses, forçando para nós o chamado desenvolvimento voltado apenas para o transporte de carvão. Não podemos permitir que esta colonização continue. Goa está desfigurada e a nossa goesa ferida por este desenvolvimento. Parece que chegamos a uma fase de uma segunda pesquisa de opinião para Goa. Nossa primeira pesquisa de opinião salvou Goa de ser apagada de sua singularidade ao fundi-la em Maharashtra. Hoje temos que lutar mais uma vez para salvar Goa e seus recursos naturais e culturais. Não podemos permitir que o Governo entregue recursos naturais e culturais como matéria-prima aos seus camaradas para criar riquezas que sairão de Goa. Essa economia política é colonial. Portanto, temos o desafio de libertar Goa da segunda colonização. Felizmente, os Goenses despertaram e já estão resistindo e lutando por Goa. Nos próximos dias, temos que intensificar essa luta. Não podemos ficar passivos vendo Goa morrer diante de nossos olhos. Nós, como Goeses, não podemos nos autodestruir. Temos que nos unir em todas as nossas divisões locais e lutar por Goa. Talvez tenhamos esta última oportunidade de salvar Goa dos abutres predadores que o nosso próprio Governo lançou sobre nós. 
Rev. Vitor Ferão

(O autor é Professor do Seminário Rachol)


17:17 (há 1 hora)