quarta-feira, 27 de abril de 2016

FOI NO BRASIL

O juiz Eliezer Siqueira ainda considerou que o aluno violou uma norma do Conselho Municipal de Educação, que impede a utilização de telemóveis durante o horário escolar, além de desobedecer, reiteradamente, às instruções do professor.
Ainda considerou não ter havido abalo moral, já que o estudante não utiliza o telemóvel para trabalhar, estudar ou qualquer outra atividade edificante.
E declarou: "Julgar procedente esta demanda, é desferir uma bofetada na reserva moral e educacional deste país, privilegiando a alienação e a contra educação, as novelas, os realitys shows, a ostentação, o ‘bullying intelectual', o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectualmente improdutiva que vem assolando os lares do país, fazendo às vezes de educadores, ensinando falsos valores e implodindo a educação brasileira”.
Por fim, o juiz ainda faz uma homenagem ao professor. "No país que virou as costas para a Educação e que faz apologia ao hedonismo inconsequente, através de tantos expedientes alienantes, reverencio o verdadeiro HERÓI NACIONAL, que enfrenta todas as intempéries para exercer seu ‘múnus’ com altivez de caráter e senso sacerdotal: o Professor."


ISTO DEVERIA SER LIDO POR TODOS OS POLÍTICOS, MAGISTRADOS, PROFESSORES E PAIS  DE PORTUGAL.
Dá gosto ler.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

NÃO TÊM MAIS QUE FAZER...

O João convidou a Maria  para o pequeno almoço e então, para não parecer sexista, em vez de uma bica e um queque pediu... um bico e uma queca!

A LEI DO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO NÃO SERÁ MAIS IMPORTANTE?
TALVEZ NÃO LHES INTERESSE TAL LEI.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

COM 100$00 O QUE FAZÍAMOS

100$00 Escudos = € 0,50 cêntimos
Os mais novos não entendem e até duvidam...
Todavia, é (foi) um facto indesmentível! A velha nota de 100$00 ! Lembra-se da velhinha nota de 100$00 ? Recordemos o que se podia fazer com ela, há 40 Anos ...
Comíamos um frango de churrasco no Bom Jardim 20$00 Víamos uma matinée no Cinema S. Jorge (Música no Coração) 10$00 Bebíamos 2 ginginhas no Rossio 3$00 Comíamos 2 sandes de presunto no Solar dos Presuntos 6$00 Jantávamos no Parque Mayer (Sardinhas Assadas) 17$50 Assistíamos a uma Revista à Portuguesa no Parque Mayer 16$00 Telefonema para dizermos qualquer coisa, como desculpa 1$00 Dormíamos numa pensão com pequeno-almoço incluído 5$00 Viagem de carro eléctrico 1$50 Poupança 20$00 TOTAL 100$00
Hoje, 100$00 são € 0,50, o que dá para uma pequena gorjeta!
Por vezes, mal aceite pelos arrumadores de carros, pois acham pouco...
Os tempos são outros, diferentes realidades, e o valor do dinheiro também

segunda-feira, 18 de abril de 2016

DE VEZ EM QUANDO...

De vez em quando - e pena é que seja só de vez em quando - aparecem-nos textos que, depois de lidos, apetece relê-los ...
Não refere o autor, mas julgo que qualquer um de nós gostaria de o ter escrito.

Trinta e cinco anos de vida.

Filho de gente humilde. Filho da aldeia. Filho do trabalho.
Desde criança fui pastor, matei cordeiros, porcos e vacas, montei móveis, entreguei roupas, fui vendedor ambulante, servi à mesa e ao balcão. Limpei chãos, comi com as mãos, bebi do chão e nunca tive vergonha.
Na aldeia é assim, somos o que somos porque somos assim.
Cresci numa aldeia que pouco mais tinha que gente, trabalho e gente trabalhadora.
Cresci rodeado de aldeias sem saneamento básico, sem água, sem luz, sem estradas e com uma oferta de trabalho árduo e feroz.
Cresci numa aldeia com valores, com gente que se olha nos olhos, com gente solidária, com amigos de todos os níveis, com família ali ao lado.
Cresci com amigos que estudaram e com outros que trabalharam.
Os que estudaram, muitos à custa de apoios do Governo, agora estão desempregados e a queixarem-se de tudo. Os que sempre trabalharam lá continuam a sua caminhada, a produzir para o País e a pouco se fazerem ouvir, apesar de terem contribuído para o apoio dos que estudaram e a nada receberem por produzir.
Cresci a ouvir dizer que éramos um País em Vias de Desenvolvimento e ... de repente éramos já um País Desenvolvido, que depois de entrarmos para a União Europeia o dinheiro tinha chegado a "rodos" e que passamos de pobretanas a ricos "fartazanas".
Cresci assim, sem nada e com tudo.

 

E agora, o que temos nós?
 
1.       Um país com duas imagens.
·         A de Lisboa: cidade grandiosa, moderna, com tudo e mais alguma coisa, o lugar onde tudo se decide e onde tudo se divide, cidade com passado, presente e futuro.
·         E a do interior do país, território desertificado, envelhecido, abandonado, improdutivo, esquecido, pisado.
 
1.       Um país de vícios.
·         Esqueceram-se os valores, sobrepuseram-se os doutores.
·         Não interessa a tua história, interessa o lugar que ocupas.
·         Não interessa o que defendes, interessa o que prometes.
·         Não interessa como chegaste lá, mas sim o que representas lá.
·         Não interessa o quanto produziste, interessa o que conseguiste.
·         Não interessa o meio para atingir o fim, interessa o que me podes dar a mim.
·         Não interessa o meu empenho, interessa o que obtenho.
·         Não interessa que critiquem os políticos, interessa é estar lá.
·         Não interessa saber que as associações de estudantes das universidades são o primeiro passo para a corrupção activa e passiva que prolifera em todos os sectores políticos, interessa é que o meu filho esteja lá.
·         Não interessa saber que as autarquias tenham gente a mais, interessa é que eu pertença aos quadros.
·         Não interessa ter políticos que passem primeiro pelo mundo do trabalho, interessa é que o povo vá para o diabo.
 
1.       Um país sem justiça.
·         Pedófilos que são condenados e dão aulas passados uns dias.
·         Pedófilos que por serem políticos são pegados em ombros, e juízes que são enviados para as catacumbas do inferno.
·         Assassinos que matam por trás e que são libertados passados sete anos por bom comportamento!
·         Criminosos financeiros que escapam por motivos que nem ao diabo lembram.
·         Políticos que passam a vida a enriquecer e que jamais têm problemas ou alguém questiona tais fortunas.
·         Políticos que desgovernam um país e "emigram" para Paris.
·         Bancos que assaltam um país e que o povo ainda ajuda a salvar.
·         Um povo que vê tudo isto e entra no sistema, pedindo favores a toda a hora e alimentando a máquina que tanto critica e chora.
 
1.       Um país sem educação.
·         Quem semeia ventos colhe tempestades.
·         Numa época em que a sociedade global apresenta níveis de exigência altamente sofisticados, em Portugal a educação passou a ser um circo.
·         Não se podem reprovar meninos mimados.
·         Não se pode chumbar os malcriados.
·         Os alunos podem bater e os professores nem a voz podem levantar.
·         Entrar na universidade passou a ser obrigatório por causa das estatísticas.
·         Os professores saem com os alunos e alunas e os alunos mandam nos professores.
·         Ser doutor, afinal, é coisa banal.
 
1.       Um país que abandonou a produção endógena.
·         Um país rico em solo, em clima e em tradições agrícolas que abandonou a sua história.
·         Agora o que conta é ter serviços sofisticados, como se o afamado portátil fosse a salvação do país.
·         Um país que julga que uma mega fábrica de automóveis dura para sempre.
·         Um país que pensa que turismo no Algarve é que dá dinheiro para todos.
·         Um país que abandonou a pecuária, a pesca e a agricultura.
·         Um país que pisa quem ainda teima em produzir e destaca quem apenas usa gravata.
·         Um país que proibiu a produção de Queijo da Serra artesanal na década de 90 e que agora dá prémios ao melhor queijo regional.
·         Um país que diz ser o do Pastel de Belém, mas que esquece que tem cabrito de excelência, carne mirandesa maravilhosa, Vinho do Porto fabuloso, Ginjinha deliciosa, Pastel de Tentugal tentador, Bolo Rei português, Vinho da Madeira, Vinho Verde, lacticínios dos Açores e Azeite de Portugal para vender…
·         E tanto, tanto mais... que sai da terra e da nossa história.
 
1.       Um país sem gente e a perder a alma lusa.
·         Um país que investiu forte na formação de um povo, em engenharias florestais, zoo técnicas, ambientais, mecânicas, civis, em arquitectos, em advogados, em médicos, em gestores e economistas, em cursos profissionais, em novas tecnologias e em tudo o mais, e que agora fecha as portas e diz para os jovens emigrarem.
·         Um país que está desertificado e sem gente jovem, mas com tanta gente velha e sábia que não tem a quem passar tamanha sabedoria.
·         Um país com jovens empreendedores que desejam ficar, mas são obrigados a partir.
·         Um país com tanto para dar, mas com o barco da partida a abarrotar.
·         Um país sem alma, sem motivação e sem alegria.
·         Um país gerido por porcaria.
 
E agora, vale a pena acreditar?
Vale. Se formos capazes de participar, congregar novos ideais sociais e de mudar.
Porquê acreditar?
Porque oitocentos anos de história, construída a pulso, não se destroem em tempo algum . Porque o solo continua fértil, o mar continua nosso, o sol continua a brilhar e a nossa alma, ai a nossa alma, essa continua pura e lusitana e cada vez mais fácil de amar.
 

domingo, 17 de abril de 2016

O deus dinheiro

http://www.youtube.com/embed/dFtijO8qM6A

O COLÉGIO MILITAR

Assunto: No Público por Luís Campos e Cunha (Prof. Univ.). Leiam e vejam se percebem ... não será difícil!Importância: Alta

Está 10 estrelas!
BF
Ex-alunos do Colégio Militar são sempre gente com outra postura perante o dever e a sociedade

A ideia de que a natureza tem horror ao vácuo fazia parte da física na Idade Média.
Mas esta lei do horror tem corolários na vida actual: os políticos incompetentes têm horror a novas caras nos partidos;
os escroques têm horror a uma justiça que funcione; e, do mesmo modo, os bons investidores têm horror a uma justiça
que não funciona. E podíamos continuar, mas vem tudo isto a propósito das notícias recentes sobre o Colégio Militar.

Devo declarar que não frequentei o Colégio, embora com pena minha, porque o meu Pai entendeu que eu poderia ser seduzido
pela vida militar e para tal bastava ele. O meu irmão esteve no Colégio, por circunstâncias familiares extremas, não se deu bem,
e saiu ao fim de dois anos, se bem me lembro. Não tenho, portanto, especiais ligações ao Colégio Militar (CM) mas tenho muitos amigos (e dos bons) que por lá passaram.

As recentes notícias dão uma ideia do Colégio como uma escola de sevícias e de maus tratos. Problemas de maus tratos e
escolas sempre existiram e devem ser combatidos com determinação pelas autoridades da escola em causa, mas não faz
da escola uma instituição a fechar.
Lembro-me bem de, há uns anos na minha Faculdade, terem ocorrido praxes indignas das nossas caloiras e imediatamente
o Director de então tomou medidas para que tal não voltasse a acontecer. E não aconteceu.
O CM não é excepção, mas o que está em causa é uma tentativa de fazer desaparecer uma das instituições mais antigas
de ensino na Europa com uma longa tradição de serviço ao País.

Recordo, com alguma tristeza, que uma das "regalias" de um militar morto em combate em África era os filhos terem educação gratuita no CM.
Por esse facto e por as pensões de sobrevivência serem, à época, absolutamente miseráveis (recordo-me de casos concretos),
havia sempre vários órfãos no Colégio.
Fazia parte das obrigações dos graduados (ou seja, alunos finalistas do CM) terem não só uns ratas (alunos caloiros) como seus
protegidos mas também cuidarem dos dramas de algum aluno cujo pai tivesse morrido.
Quem conhece ex-alunos do Colégio sabe que têm uma organização e uma coesão ímpar em qualquer outra escola.
Falam do Colégio com saudade e têm um respeito pela instituição como ninguém tem da sua escola.
Nela se fizeram amizades que perduram para toda a vida e alguns dos meus melhores amigos são ex-alunos do CM
e devo confessar que são sempre gente com outra postura perante o dever e a sociedade.

O Colégio Militar dá educação em sentido pleno do termo. Tem um ensino de excelente qualidade e dá quadros de valores que nenhuma outra escola garante.

Em 1975, numa acção de dinamização organizada para os alunos do Colégio por gente afecta ao PCP - Varela Gomes, Faria Paulino e outros - começaram a atacar a instituição e a apelidarem os alunos de príncipes privilegiados.
Um aluno dos mais novos, ou seja com uns 11 anos, levanta-se e calmamente diz que é filho de um oficial que morreu em combate, que se não fosse o Colégio não poderia estudar e não percebia onde estava o príncipe.
Os protesto generalizaram-se (teve lugar uma gigantesca boiada, usando a terminologia do CM) e a comissão de dinamização foi forçada a sair pela porta dos fâmulos - porta de serviço - e não pela porta principal.
Foi o enxovalho total, apesar de os oficiais tentarem, em vão, acalmar os alunos.
É gente de fibra.

Aliás sempre foi assim. Faz parte da sua história mais antiga que quando teve lugar o atentado a Sidónio Pais gerou-se, naturalmente, o pânico entre a população e as unidades militares ajudaram à turbamulta.
A única unidade que manteve a calma, ajudou a população e evitou mais mortos foi exactamente uma unidade do Colégio.
Portanto, a tradição vem de longe.

O ensino tem uma qualidade excepcional e que não é possível sem um internato, onde os laboratórios de línguas e as salas de estudo estão ao lado do picadeiro e da sala de esgrima. Qualquer pai, cá fora, que tente dar a mesma formação passaria o tempo
a servir de motorista do filho. É, aliás, uma tradição muito antiga dos melhores colégios ingleses.

Como professor na universidade, sempre que tenho conhecimento de que um aluno meu veio do CM, posso testemunhar o aprumo, o à vontade, a auto-confiança e o profissionalismo com que está numa aula. Tudo isto, em flagrante contraste com os colegas, especialmente os mais betinhos.

Além disso, como os alunos são tratados por igual, têm um número (que vem antes do nome), andam vestidos com farda e os filhos de pais ricos não se distinguem dos filhos de pais pobres. Também por isso, o convívio democrático hierarquizado é a regra.  
Ainda bem.

O contraste é gritante com o que se passa nas nossas escolas. E a anarquia, quase geral em que vive o ensino secundário, tem horror ao Colégio Militar, obviamente. Aliás, a verdade é mais funda:  a anarquia quase geral da nossa sociedade tem horror à instituição militar. Uma instituição organizada, como a militar, que cultiva os valores da honra, da camaradagem, da disciplina
e do dever para com a pátria, não pode ser bem vista pela sociedade actual.
A nossa vida colectiva - a civil - privilegia o oportunismo, habituou-se aos casos de corrupção (com ou sem fundamento),
tem uma imprensa virada para o escândalo e uma televisão com novelas que são difusoras da falta valores e da ausência  
dos bons costumes.

O Colégio Militar poderá acabar, mas as razões estão na nossa sociedade e não dentro dos muros do Colégio.
O horror à decência é dos indecentes.
Luís Campos e Cunha
Professor universitário

quinta-feira, 14 de abril de 2016

ESCRAVOS DO DINHEIRO

A triste geração que virou escrava” – Mia Couto

01

“E a juventude vai escoando entre os dedos.
Era uma vez uma geração que se achava muito livre.
Tinha pena dos avós, que casaram cedo e nunca viajaram para a Europa.
Tinha pena dos pais, que tiveram que camelar em empreguinhos ingratos e suar muitas camisas para pagar o aluguer, a escola e as viagens em família para pousadas no interior.
Tinha pena de todos os que não falavam inglês fluentemente.
Era uma vez uma geração que crescia quase bilíngue. Depois vinham noções de francês, italiano, espanhol, alemão, mandarim.
Frequentou as melhores escolas.
Entrou nas melhores faculdades.
Passou no processo seletivo dos melhores estágios.
Foram efetivados. Ficaram orgulhosos, com razão.
E veio pós, especialização, mestrado, MBA. Os diplomas foram subindo pelas paredes.

01a

Era uma vez uma geração que aos 20 ganhava o que não precisava. Aos 25 ganhava o que os pais ganharam aos 45. Aos 30 ganhava o que os pais ganharam na vida toda. Aos 35 ganhava o que os pais nunca sonharam ganhar.
Ninguém podia os deter. A experiência crescia diariamente, a carreira era meteórica, a conta bancária estava cada dia mais bonita.
O problema era que o auge estava cada vez mais longe. A meta estava cada vez mais distante. Algo como o burro que persegue a cenoura ou o cão que corre atrás do próprio rabo.
O problema era uma nebulosa na qual já não se podia distinguir o que era meta, o que era sonho, o que era gana, o que era ambição, o que era ganância, o que necessário e o que era vício.

06

O dinheiro que estava na conta dava para muitas viagens. Dava para visitar aquele amigo querido que estava em Barcelona. Dava para realizar o sonho de conhecer a Tailândia. Dava para voar bem alto.
Mas, sabe como é, né? Prioridades. Acabavam sempre ficando ao invés de sempre ir.
Essa geração tentava se convencer de que podia comprar saúde em caixinhas. Chegava a acreditar que uma hora de corrida podia mesmo compensar todo o dano que fazia diariamente ao próprio corpo.
Aos 20: ibuprofeno. Aos 25: omeprazol. Aos 30: rivotril. Aos 35: stent.
Uma estranha geração que tomava café para ficar acordada e comprimidos para dormir.
Oscilavam entre o sim e o não. Você dá conta? Sim. Cumpre o prazo? Sim. Chega mais cedo? Sim. Sai mais tarde? Sim. Quer se destacar na equipe? Sim.

04

Mas para a vida, costumava ser não:
Aos 20 eles não conseguiram estudar para as provas da faculdade porque o estágio demandava muito.
Aos 25 eles não foram morar fora porque havia uma perspectiva muito boa de promoção na empresa.
Aos 30 eles não foram no aniversário de um velho amigo porque ficaram até as 2 da manhã no escritório.
Aos 35 eles não viram o filho andar pela primeira vez. Quando chegavam, ele já tinha dormido, quando saíam ele não tinha acordado.
Às vezes, choravam no carro e, descuidadamente começavam a se perguntar se a vida dos pais e dos avós tinha sido mesmo tão ruim como parecia.
Por um instante, chegavam a pensar que talvez uma casinha pequena, um carro popular dividido entre o casal e férias em um hotel fazenda pudessem fazer algum sentido.
Mas não dava mais tempo. Já eram escravos do câmbio automático, do vinho francês, dos resorts, das imagens, das expectativas da empresa, dos olhares curiosos dos “amigos”.
Era uma vez uma geração que se achava muito livre. Afinal tinha conhecimento, tinha poder, tinha os melhores cargos, tinha dinheiro.
Só não tinha controle do próprio tempo.

03


Só não via que os dias estavam passando.Só não percebia que a juventude estava escoando entre os dedos e que os bónus do final do ano não comprariam os anos de volta.”
02

Texto de Mia Couto
 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

O MUNDO VAI LEVAR UMA GRANDE VOLTA

ESTE TEXTO ESTA NA MINHA POSSE HA CERCA DE TRÊS ANOS.
ENCAIXA-SE PERFEITAMENTE NO QUE SE SEGUE.


Algo de novo vai acontecer Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que uma nova Era já começou!

As pessoas andam um bocado distraídas! Não deram conta que há cerca de 3 meses começou a Revolução! Não! Não me refiro a nenhuma figura de estilo, nem escrevo em sentido figurado! Falo mesmo de Revolução seguramente. Vai mesmo haver só que ainda não demos conta porque talvez se ande a olhar para o lado.
De facto, há cerca de 3 ou 4 meses começaram a dar-se alterações profundas, e de nível global, em 10 dos principais factores que sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses... E que irá mudar as nossas sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!

Tal como ocorreu noutros períodos da história recente: no status político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico), ou na crise do petróleo de 73.
Estamos a viver uma transformação radical, tanto ou mais profunda do que qualquer uma destas! Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta e ainda não percebemos que a Revolução já começou!

Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos "10 factores":
1º- A Crise Financeira Mundial : desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero") montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história !...

2º- A Crise do Petróleo : Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar. Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, assistiu há 2 semanas a uma subida no preço dos bilhetes de... 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor: basta lembrar que por exemplo toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de avião baratas (...e as férias massivas!), a inflação controlada, etc...
3º- A Contracção da Mobilidade: fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.

 4º- A Imigração : a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto socioecónomico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!
5º- A Destruição da Classe Média: quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa deste governo) está de facto a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.

6º- A Europa Morreu: embora ainda estejam projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e dos "seus valores" foi chão que deu uvas: deu-se há dias na Irlanda!
7º- A China ao assalto! Contou-me um profissional do sector: a construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a incapacidade em satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos, porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de construção ocupada por encomendas de navios... da China. O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke...). Foram apresentados há dias no mais importante Salão Automóvel mundial os novos carros chineses. Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia...helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalhos e do maior motor económico, financeiro e tecnológico da nossa sociedade. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).

8º- A Crise do Edifício Social : As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum...
9º- O Ressurgir da Rússia/Índia : para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!

10º- A Revolução Tecnológica: nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!


Eis pois, a Revolução!




Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual". Mas o resultado é ainda desconhecido e... Imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos ANOS e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.


 Espera-nos o Novo! Como em todas as Revoluções!




Um conselho final: é importante estar aberto e dentro do Novo, visionando e desfrutando das suas potencialidades! Da Revolução! Ir em frente! Sem medo!




Afinal, depois de cada Revolução, o Mundo sempre mudou para melhor!...




AUTOR DESCONHECIDO


UM MUNDO HIPÓCRITA

Um Mundo de...

Nuno Matias 7 Abr 16
503015.jpg
O João é filho de Mário Soares. O João não concluiu a sua Licenciatura em Direito. O João é Editor Literário. O João é Ministro da Cultura. O João também é um rufia porque acabou de dizer que dava umas chapadas aos cronistas Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente.
Estamos num Mundo onde...
  • ... um Guarda ou Polícia, se decide aplicar a sua Autoridade, é julgado e sentenciado;
  • ... um Professor, caso decida exigir o respeito dos Alunos, pode ser expulso do Ensino;
  • ... um Cidadão, caso bata num animal para se defender, acaba por ser multado ou mesmo preso;
  • ... um Pai ou Mãe, caso decida dar uma repreensão ao seu Filho, pode ficar sem esse filho e ser detido.
No entanto, o João já pode ameaçar dois cronistas e, por conseguinte, nada se pode fazer. Enfim, como este Mundo é mesmo hipócrita e estúpido...
 

O OCIDENTE CAVOU A SUA SEPULTURA

    Para memória futura...

parece que estes terroristas  foram os primeiros responsáveis.....


 


« A propósito dos atentados de Bruxelas (mas podia ser sobre os de Paris, ou de Londres, ou dos que se seguirão). Oiço: os jovens terroristas radicalizaram-se nas mesquitas da Europa. Radicalizar quer dizer: tornaram-se terroristas religiosos. Nunca ouvi perguntar pelas razões porque vieram os pais dos terroristas para Paris, para Londres, para Bruxelas…
A resposta não é agradável para os políticos europeus e americanos do pós guerra fria, do pós colapso da União Soviética. 

Um pequeno e pouco rigoroso exercício de memória: 

Nos anos oitenta, nos países de onde vieram os pais dos terroristas religiosos, os tais que se radicalizaram, existiam regimes laicos – não eram democracias ocidentais, mas as mulheres andavam de cara descoberta, de perna ao léu, ouvia-se música ocidental, aprendia-se inglês, ou francês, dançava-se. O regime sírio de Hafez el-Assad era tolerante em termos de religião e de costumes. Assim como no regime de Saddam Hussein, no Iraque. 

Na Pérsia (agora Irão), o Xá da Pérsia, Reza Pahlevi tinha uma mulher toda práfrentex – Farah Diba – depois de se divorciar de outra também muito igual às ocidentais das revistas cor-de-rosa, a triste Soraya. Bebia-se e dançava-se em Teerão. Os ayatollahs eram considerados uns grunhos, tipo cardeal Torquemada da Inquisição. No Egito de Nasser e de Sadat as mulheres tomavam banho de bikini, bebia-se, ouvia-se música, viajava-se. Discutia-se. Na Turquia dos continuadores de Ataturk o mesmo, um ambiente aberto ao mundo. No Afeganistão até existiu uma República Democrática de 19778 a 1992 – não foi assim há tanto tempo, que o génio visionário de Ronald Reagan substituiu pelos mujahideen governo republicano e liberal que tinha sido instituído por Zahir Saha, porque era pró-soviético.

 Reagan e os seus cabeças de dólar preferiram o Ben Laden e a Alqaeda! Bela escolha! Na Líbia, Khadafi não era flor de estufa, mas tomava conta da porta da África negra e dos islamitas radicais – o Ocidente (a França e a Inglaterra) matou-o. 

Todos os regimes que, com mão mais ou menos pesada, mantinham os fundamentalistas religiosos em respeito foram derrubados pelo Ocidente e pelo Ocidente substituídos por bandos chefiados por clérigos fundamentalistas, assassinos, traficantes avulso que são a base do Estado Islâmico, do Daesh ou de como queiram chamar aos nazis islâmicos. 

Isto em nome da democracia, que os treinou e armou para destituir o Assad da Síria que impede o assalto das petrolíferas aos poços do Irão! Na realidade esses regimes laicos foram derrubados e substituídos para o Ocidente e as suas empresas petrolíferas e de armamentos agirem e explorarem à sua vontade os recursos desses países. Escapou a esta limpeza petrolífera, em nome da democracia, o ninho da serpente: a Arábia Saudita!

A destruição dos regimes mais ou menos laicos do médio oriente e da bacia do Mediterrâneo para as petrolíferas ocidentais e as empresas de armamento fuçarem sem restrições provocou uma vaga de emigrantes, que a Europa recebeu deixando-os à vara larga, em autogoverno, à margem das leis locais. 

O Ocidente chamou globalização e mercado livre ao saque das suas companhias feito sobre as riquezas locais. Chamou democracia ao governo de cúmplices locais. Chamou multiculturalismo à irresponsável demissão de vigilância sobre o comportamento dos parias que acolhia. 

Os Estados do Ocidente entregaram a sua estratégia aos seus mercadores, demitiram-se de defender internamente os seus princípios civilizacionais e agora admiram-se que, depois de admitida a poligamia, a violência sobre as mulheres, a imposição de leis à margem das leis nacionais e da cultura dos países de acolhimento, os jovens radicalizados entendam que o Ocidente é uma terra de infiéis. 

Têm razão: somos infiéis à nossa cultura e aos nossos princípios.

Os atentados de Paris e de Bruxelas e os que se seguirão devem-se à criminosa ausência de princípios, e à ganância de políticos com nome: Reagan, Tatcher, Bush, Blair, Kissinger, Zbigniew Brzezinski e, mais perto, Sarkozy, Hollande, Cameron…

Os mortos de hoje merecem uma reflexão para prevenir o futuro. É a melhor forma de os respeitar. »





quarta-feira, 6 de abril de 2016

PERSEGUIÇÃO DE CRISTÃOS


O estranho silêncio sobre a perseguição aos cristãos

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Muitos pensam que, se o Ocidente permanecer afastado das disputas religiosas, o anjo da morte não irá escolher-nos. Mas a experiência dos judeus antes e durante a II Guerra mostra que isso não resulta
“Os cristãos estão a ser perseguidos em cerca de 50 países, entre eles a Coreia do Norte, a Síria, Somália e Sudão. (…) A limpeza étnica de cristãos é um dos grandes crimes da nossa época e estou chocado por ter havido tão pouco protesto internacional sério.”
Este alerta foi lançado no Telegraph de Londres, na passada terça-feira, pelo Rabi Jonathan Sacks. Na mesma edição, o diário britânico dedicou-lhe um editorial. No sábado, na sua coluna na revista The Spectator, Charles Moore (biógrafo autorizado de Margaret Thatcher) voltou ao tema:
“Seria de esperar que o assassinato de cristãos gerasse particular horror em países de herança cristã. No entanto, quase o oposto parece ser verdade. (…) Os políticos ocidentais raramente protestam contra o drama dos cristãos em terras muçulmanas ou raramente lhes oferecem ajuda.”
O ponto de partida para estes alertas residiu nos ataques desencadeados na Páscoa contra cristãos no Iémen e no Paquistão. No primeiro caso, o ataque foi dirigido contra uma casa de repouso dirigida por freiras católicas. A sobrevivente, Irmã Sally, descreveu o ataque premeditado contra as religiosas e os símbolos cristãos. Um padre indiano, Tom Uzhunnalil, foi raptado e terá sido crucificado no Domingo de Páscoa.
No seu artigo no Telegraph, Johnathan Sacks recorda outros episódios da perseguição contra os cristãos. “Em Mosul, uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo, os cristãos foram forçados a fugir no Verão de 2014. No Afeganistão, a última igreja foi queimada em 2010. Em Gaza, em 2007, depois da chegada do Hamas, a última livraria cristã foi queimada e o seu dono assassinado.”
Jonathan Sacks, que é hoje membro da Câmara dos Lordes britânica, foi Rabi chefe das congregações hebraicas da Commonwealth entre 1991 e 2013. Acaba de receber o Prémio Templeton 2016, no valor de 1,1 milhões de Libras (cerca de 1,4 milhões de euros). O prémio é atribuído anualmente pela Fundação John Templeton, sediada na Pensilvânia, e destina-se a distinguir pessoas que tenham dado “contribuições excepcionais para a afirmação da dimensão espiritual da vida, quer através da reflexão, da descoberta ou da acção”. Entre os anteriores premiados incluem-se Desmond Tutu (2013), Dalai Lama (2012), Michael Novak (1994), Inamullah Kahn (1988), Aleksandr Solzhenitsyn (1983) e Madre Teresa de Calcutá (1973), além de inúmeros cientistas que contribuíram para o diálogo entre ciência e religião.
No seu artigo no Telegraph, Jonathan Sacks denuncia o objectivo político do Isis/Daesh: restabelecer o Califado e restaurar o Islão como poder imperial. Mas existe outro objectivo partilhado por muitos grupos jihadistas, acrescenta:
“Silenciar qualquer um ou qualquer coisa que ameace expressar uma verdade diferente, outra fé, uma diferente abordagem à diferença religiosa. É isso que está por detrás dos ataques aos “cartoons dinamarqueses”; aos católicos depois de um discurso do Papa Bento XVI; do assassinato de Theo van Gogh; e dos ataques ao Charlie Hebdo. O cálculo dos terroristas é que, no longo prazo, o Ocidente acabará por ficar demasiado cansado para defender as suas próprias liberdades. Eles estão preparados para continuar a cometer atrocidades por muito tempo, décadas se necessário.”
No final do artigo, Jonathan Sacks retoma o argumento do seu livro mais recente “Not in God’s Name. Confronting Religious Violence” (Hodder & Stoughton, 2015). Aí argumenta que “precisamos que pessoas de todas as fés expressem a sua oposição activa ao terror em nome de Deus.” Num apelo directo às comunidades muçulmanas, Jonathan Sacks conclui: “nenhuma religião genuína alguma vez precisou da violência para provar a sua beleza, ou do terror para