sexta-feira, 30 de setembro de 2016

CARTA A MARIANA MORTÁGUA

Cristina Miranda é natural de Viana do Castelo, foi professora e, segundo a própria, trabalha desde os 16 anos. Como muitos outros portugueses, está indignada com a nova proposta de imposto de Mariana Mortágua para taxar o património. 

A vianense escreveu um longo texto no facebook que conta com centenas de comentários e milhares de interacções e partilhas, sobre o novo imposto que deverá incidir sobre o valor tributário total dos imóveis dos contribuintes, enquanto o IMI (imposto municipal de imóveis) se aplica ao valor de cada prédio.
 
CARTA A MARIANA MORTÁGUA
 
“Cara Mariana,
 
No seguimento da sua brilhante frase “Temos de perder a vergonha e ir buscar dinheiro a quem está a acumular dinheiro”, permita-me a minha revolta nestas palavras que lhe dirijo:
Esta sou eu com 16 anos no meu primeiro trabalho, nas férias do Liceu (não, não é photoshop nem posei para a fotografia, estava mesmo a trabalhar!).



 
Ganhei o meu primeiro salário – 30 contos – como operadora de empilhador numa bloqueira. Aos 17, já carregava camiões, com chuva e pó nas ventas ao volante de uma máquina de maior porte. Com seis horas de trabalho intenso, onde por vezes era preciso montar paletes (de blocos de cimento), seguia p’rà escola. 

Aos 18 já era independente e pagava as minhas contas. Ingressei no ensino superior. Dava aulas durante o dia todo e seguia para o Porto para estudar à noite. Formei-me a pagar meus próprios estudos como trabalhador estudante. Comprei aos 23 anos meu primeiro carro sòzinha (um super cinco em segunda mão). Aos 28 anos construí uma casa com empréstimo bancário que paguei durante 15 anos. Aos 35, tinha já uma poupança de alguns milhares. Ao longo dos meus 50 anos, já fiquei sem emprêgo mas nunca sem trabalho. 

Só estive quatro meses no fundo de desemprêgo, para logo de seguida empreender. Quando estive grávida deixei perplexa a funcionária da segurança social perante minha ignorância e não ter, por isso, requerido o subsídio a que teria direito. É que meus pais ensinaram-me a trabalhar, não a viver à custa do Estado. Não desenvolvi essa habilidade. Porque apesar de não ter dividido como o meu pai, uma sardinha por três, cresci sem saber o que era abundância. A dar valor a tudo o que se tinha. A lutar. A fazer reservas para o futuro. Emigrados no Canadá, e porque era preciso “acumular dinheiro”, não tenho lembrança, em criança, de um passeio com meus pais, de um almoço fòra, de umas férias… Os brinquedos, ainda hoje consigo lembrá-los todos. As roupas e calçado, só quando eram mesmo precisos. Vivi em casas modestas dormindo na sala. Porque era preciso “acumular dinheiro”, aos 5 anos tive de aprender a tomar conta de mim sòzinha (ter babysitter é p’rós fracos). Porque meu pai, acampado nos bosques onde cortava pinheiros, só vinha a casa ao fim semana. Minha mãe, tinha dois emprêgos (era contínua e fazia limpezas), só a via à hora de almôço porque saía às 5 horas e chegava sempre pela meia-noite. Cresci sòzinha porque era preciso trabalhar àrduamente para “acumular dinheiro”. Porque o meu pai não assaltou bancos. O que tinha era mesmo dele. Saiu-lhe do corpo.

Por isso, vocês é que deveriam ter VERGONHA. Porque é preciso ser-se muito NULO para não saber governar sem sacar a quem faz pela vida. Criar grupos de trabalho de como assaltar as poupanças e património, em vez de procurar estimular e incentivar a economia. Porque de facto, já não pagamos impostos suficientes. Saiba que os “acumuladores de dinheiro deste país, trabalharam àrduamente para o ter. Sejam grandes ou pequenos acumuladores de dinheiro”, TODOS começaram de baixo (excluo aqui, como é óbvio, os criminosos assaltantes de bancos, de património, traficantes). E consoante as suas aspirações, uns apostaram mais alto, outros menos, mas todos contribuindo para o enriquecimento da Nação.

E é graças a eles TODOS que a Mariana, sem mérito algum, pousa o seu rabito no Parlamento. Porque não fôssem eles, não haveria salário para nenhum de vós, que a bem dizer, é um desperdício. O país não precisa de parasitas que estudam meios para conseguir roubar mais a quem os sustenta. Precisa sim de gente como nós, mais ou menos “abastados” que produz, que investe, que cria postos de trabalho.

Por isso, cada vez que estiver nessas reuniões de “trabalho” sinta vergonha por mais um assalto à classe dos “abastados” (classe média) em vez de começar por tributar o património dos partidos políticos onde se inclui o vosso palacete ocupado à força depois da revolução; por ter chumbado o decreto sobre enriquecimento ilícito; por ter permitido as subvenções vitalícias; por fazer vista grossa à corrupção existente no sector financeiro e organismos públicos; por proteger a classe que nos rouba e empobrece:
a vossa.”
 
Cristina Miranda

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

FINANÇAS

Finanças
kafka2
Exma Sra Doutora Ministra das Finanças Mariana Mortágua, dado que pelo cheiro VExa aparenta ter abandonado os cueiros há pouco, e o filho que tenho já ser suficientemente crescido para que me tenha esquecido como se explicam as coisas às crianças, não sei bem como lhe começar a explicar as particularidades da vida das pessoas normais. Mas tentarei e faço-o com a melhor das intenções. Creia que quero ajudá-la.
Sabe, alguns de nós na minha geração e mais velhos, por vicissitudes da realidade, tivemos que começar a trabalhar muito jovens ainda (no meu caso aos 11 anos). Aprendemos desde cedo a virtude do esforço e da poupança, aprendemos a adiar prazeres e a ter uma perspectiva de vida. Aprendemos que não seríamos sempre jovens e um dia iríamos precisar de algum suporte que só nós mesmos, com esforço, inteligência e foco no futuro poderíamos garantir. Depois fomos pais e esse foco cresceu, a nossa esperança de vida aumentou e o futuro prolongou-se. Creio que quando formos avós estas coisas tornar-se-ão ainda mais importantes.
Cara Doutora Ministra das Finanças, VExa diz que têm que “perder a vergonha de ir buscar a quem acumula dinheiro”. Não sei o que o senhor seu pai lhe terá ensinado. A viver à custa de outrem? A aproveitar-se do esforço alheio? A fazer tábua rasa da vida de pessoas que não conhece e para cujo bem estar nunca contribuiu? Se o fez, lamento informá-la mas isso tem um nome e não é bonito.
Repare: não ando há décadas a trabalhar com honestidade e rigor para que VExa e os infelizes que a aplaudem venham após todo este tempo tirar-me o que me custou sangue, suor e lágrimas a acumular; não ando há décadas a fazer das tripas coração para que VExa e respectivo séquito me roubem o que já foi várias vezes tributado para a sustentar a si e a outros semelhantes. Note que se a Sra Doutora Ministra das Finanças algum dia provar o que eu e muitos outros provamos há décadas, terei todo o gosto em ganhar respeito pelas suas opiniões, até lá, perdoe mas oiço-a como ouvia o meu filho quando ele acabava de molhar a fralda. Somada alguma irritação que ele, pelo amor que lhe tenho, não me provocava, evidentemente.
Com cordialidade
Helder Ferreira, Profissão: desgraçado.

domingo, 25 de setembro de 2016

O PAPA FRANCISCO

Este Papa Francisco é uma bênção para a Humanidade. 

 
papa-francisco1

SER FELIZ É...
(Uma belíssima mensagem para todos)

Podes ter defeitos, estar ansioso e viver irritado algumas vezes, mas não te esqueças que a tua vida é a maior empresa do mundo.
Só tu podes evitar que ela vá em decadência.
Há muitos que te apreciam, admiram e te querem.
Gostaria que recordasses que ser feliz, não é ter um céu sem tempestades, caminho sem acidentes, trabalhos sem fadiga, relacionamentos sem decepções.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas também reflectir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos.
Não é apenas ter alegria com os aplausos, mas ter alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar actor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no longínquo de nossa alma.
É agradecer a Deus cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que seja injusta.
É beijar os filhos, mimar os pais, ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que vive dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para dizer ‘enganei-me’.
É ter a ousadia para dizer ‘perdoa-me’.
É ter sensibilidade para expressar ‘preciso de ti’.
É ter capacidade de dizer ‘amo-te’.
Que tua vida se torne um jardim de oportunidades para ser feliz…
Que nas tuas primaveras sejas amante da alegria.
Que nos teus Invernos sejas amigo da sabedoria.
E que quando te enganares no caminho, comeces tudo de novo.
Pois assim serás mais apaixonado pela vida.
E podes facilmente encontrar novamente que ser feliz não é ter uma vida perfeita.
Mas usar as lágrimas para regar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para esculpir a serenidade.
Usar a dor para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Nunca desistas….
Nunca desistas das pessoas que amas.
Nunca desistas de ser feliz, pois a vida é um espectáculo imperdível!

 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

ADIVINHEM QUEM LIXOU A CAIXA E TODO O POVO?

 
 

 

 
Gente fina!
Mas não têm o exclusivo da vigarice e do oportunismo!
 
 
José Sócrates foi eleito primeiro-ministro em Março de 2005. Três meses e meio depois (Agosto de 2005) correu com o anterior presidente da Caixa Geral Depósitos, que não chegou a aquecer o lugar (Vítor Martins, 10 meses no cargo), e nomeou Armando Vara administrador, com a responsabilidade de gerir as participações financeiras da CGD em várias empresas estratégicas. Sete meses depois, a comunicação social anunciava que os seus poderes haviam sido “reforçados”. Cito o PÚBLICO de 9 de Março de 2006: “Armando Vara assumiu agora as direcções de particulares e de negócios das regiões de Lisboa e do Sul, assim como a direcção de empresas da zona Sul. Entre as suas competências estão ainda a coordenação das participações financeiras do banco público, EDP (4,78%), PT (4,58%), PT Multimédia (1,27%), BCP (2,11%) e Cimpor (1,55%).”
Vara permaneceu três anos como administrador da Caixa Geral de Depósitos, até sair em 2008 para a vice-presidência do Millenium BCP, com o dobro do salário, o sucesso que se conhece e um pedido de licença sem vencimento para poder continuar nos quadros da Caixa. Ainda em representação da CGD, Vara foi administrador não-executivo da PT, desempenhando um papel decisivo na oposição à OPA da Sonae em 2006, devido aos poderes mágicos da golden share. Justiça lhe seja feita: não se pode dizer que a CGD tenha sido um tacho para Armando Vara. Foi muito pior do que isso: a Caixa transformou-se num imenso caldeirão onde os mais variados interesses se foram servir, cabendo a Vara decidir quem enchia a gamela. (Ouvido no âmbito da Operação Marquês a propósito do empreendimento de Vale do Lobo, Armando Vara recusou tal ideia, tendo declarado que estas decisões nunca eram aprovadas por uma só pessoa, mas por um colectivo da CGD.)
E que gamelas encheu a Caixa nos últimos anos? O Correio da Manhã teve acesso a uma auditoria recente e revelou a lista dos maiores credores do banco. A lista está ordenada por exposição ao risco de crédito, mas eu prefiro ordená-la pelas imparidades já registadas – e aí o cenário é simultaneamente desolador e esclarecedor. No topo da lista está o grupo Artlant, que tencionava construir em Sines um daqueles megaprojectos PIN pelos quais o engenheiro Sócrates se pelava: uma “unidade industrial de escala mundial” para a produção de 700.000 toneladas/ano de um componente do poliéster, que levaria à “consolidação do cluster petroquímico da região de Sines”, segundo um comunicado do Conselho de Ministros de Junho de 2007. José Sócrates chegou a lançar a primeira pedra em Março de 2008 e agora cabe-nos a nós apanhar os calhaus: 476 milhões de dívida, 214 milhões em imparidades.
Em segundo lugar (imparidades: 181 milhões; exposição: 271 milhões) estão as Auto-estradas Douro Litoral. São 79 quilómetros adjudicados em Dezembro de 2007 e cada milímetro de alcatrão deve hoje três euros e meio à CGD – ou seja, a mim e a si, caro leitor. Em terceiro vem o famoso empreendimento de Vale do Lobo, o tal com o qual o Ministério Público está a tentar agarrar José Sócrates, e que tem uma astronómica dívida de 283 milhões (imparidades: 138 milhões). Segue-se um grupo imobiliário espanhol que não conheço (Reyal Urbis), mas que fiquei com muita vontade de conhecer, e dois nossos velhos conhecidos: o grupo Espírito Santo e o grupo Lena, todos com dívidas acima dos 200 milhões. Digam-me: com uma lista destas, alguém se espanta por a Caixa estar a precisar de quatro mil milhões? Eu não.
 
João Miguel Tavares – 16/06/2016 – Jornal Público
 



 

SEJA BEMVINDA A GALIZA

Galiza?

Venha ela

Foi no dia 15 de Setembro que um deputado do PSOE se abeirou
de António Costa e lhe entregou uma carta. Não continha nenhum
segredo, mas sim um pedido. Que
intercedesse pela adesão da Galiza
à CPLP. O PSOE, disse o deputado,
iria ganhar as eleições autonómicas
e queria muito, sendo governo,
“trabalhar com Portugal”. Tirando
o facto de o PSOE estar em vertiginosa queda
em Espanha, esse desejo é já muito antigo.
E é alimentado quer em Portugal, quer
na Galiza, por grupos distintos. Ninguém
duvida que a história e a cultura (nesta se
incluindo a língua) nos aproximam da Galiza,
e que isso tem, ao longo dos tempos, criado
laços imorredouros. Mas a CPLP, tal com o
nome indica, é uma comunidade de países
e a Galiza é uma comunidade autónoma
espanhola. Ignora-se isto? Altera-se para
CPPLP, passando a Comunidade de
Países e Povos? Mesmo assim, resta
a questão da língua, outra discussão
antiga. Embora foneticamente e
graficamente seja muito próxima
do português de Portugal (e nela nos
irmanamos), a língua galega orgulha-se, com razão, da sua identidade. Mas há quem pretenda, vejam só, a aplicação na Galiza do acordo ortográfico de 1990
(aliás, o “grupo excursionista” dos arautos
do AO costuma ter uma participação galega),
a pretexto de que ali se fala português. Isto
tem oposto acerrimamente defensores do
Português e do Galego, sem grande proveito.
Se alinharmos várias palavras da Língua
Galega veremos que, para passarem a
Português, basta mudar uma ou duas letras.

Por exemplo: imaxes, proxectos, xeración,

xeografías, paisaxe, xénese, subxectividade,
estratéxico, misóxino, simboloxía, xa, paxariño (onde o x substitui o g ou o j). Mas

há diferenças mais acentuadas, como moi

por muito ou unha por uma. Apesar disso,

o fantasma da uniformização gráfi ca paira
sobre a Galiza, e isso só pode entristecer
quem a preza. Imaginam a língua de Castelao
ou Rosalía aplainada? Quanto ao resto, até
para contrabalançar parceiros inenarráveis
como a Guiné Equatorial, que venha a Galiza!
Imaginam a língua de Castelao ou Rosalía
aplainada?

PÚBLICO,

CARO JOSÉ SÓCRATES



Caro eng. José Sócrates,
Espero que esta o encontre bem. Li com atenção as suas cartas e foi apenas por falta de tempo que não respondi mais depressa. Lembro-me de, no fim do liceu, ter mantido alguma correspondência com antigos colegas mas, por uma razão ou por outra, a troca de cartas foi-se tornando cada vez mais rara, até que parou completamente. Não gostaria de cometer esse erro outra vez. Parece-me importante manter o contacto com as pessoas do nosso passado, como antigos colegas e antigos primeiros-ministros.
Tenho pensado bastante nas observações que vai fazendo. Esta última carta sensibilizou-me especialmente, na medida em que criticava a cobardia dos políticos, a cumplicidade dos jornalistas, o cinismo dos professores de Direito e o desprezo das pessoas decentes. Como creio que sabe, não pertenço a nenhuma das categorias citadas, e por isso fui deixado de fora do seu olhar crítico, pelo que lhe agradeço.
As críticas que faz ao funcionamento da justiça parecem-me muito pertinentes. Portugal precisava que um homem como o sr. estivesse, digamos, sete anos à frente do Governo, talvez quatro dos quais com maioria absoluta, para fazer uma reforma séria do sistema judicial. É uma pena não termos essa possibilidade. Na minha opinião, os primeiros-ministros deviam ser presos antes, e não depois dos mandatos. Estagiavam durante dois meses numa cadeia, três num hospital e um semestre numa escola. O contacto directo com a realidade dá-nos perspectivas novas, mais informadas, e acirra o ímpeto reformista.
Julgo que é possível estabelecer um paralelo entre o processo de Josef K., a personagem de Kafka, e o de José Sócrates, ou Josef S. - sendo que a sua história é mais complexa: tanto Josef K. como Josef S. se vêem confrontados com decisões judiciais autoritárias e, em certos aspectos, até grotescas, mas Josef K. nunca teve amigos como Alberto Martins e Alberto Costa a tutelar a justiça, nem governou o seu país. Era apenas vítima. Ser simultaneamente vítima e carrasco deve ser mais perturbador. Ao contrário do que muitas vezes se diz, Joseph-Ignace Guillotin, o inventor da guilhotina, não foi guilhotinado. Essa ironia foi reservada para si, que é agora acusado por um sistema que ajudou a conceber e conservar.
Compreendo quase todas as suas queixas. Na verdade, a ironia que identifiquei acima não é a única do seu caso. Ao que parece, o facto de um amigo lhe ter disponibilizado um apartamento de 225 metros quadrados em Paris fez com que o Ministério Público lhe disponibilizasse um apartamento de 9 metros quadrados em Évora. Obrigam-no a aceitar aquilo que o acusam de ter aceitado. É duro. E irónico. Uma pessoa tolera tudo, menos figuras de estilo.
Considero, no entanto, que algumas das suas análises são menos acertadas. Por exemplo, quando diz, sobre a intenção da prisão preventiva: "(...) já não és um cidadão face às instituições; és um 'recluso' que enfrenta as 'autoridades': a tua palavra já não vale o mesmo que a nossa." Aqui para nós, se lhe roubaram o valor da palavra não terão levado grande tesouro, uma vez que a sua palavra já não valia o mesmo que a nossa desde aquela promessa dos 150 mil empregos.
Espero que não leve a mal esta franqueza. Estou certo de que voltaremos a falar.
Cumprimentos,
Ricardo
fonte: VISÃO

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

TAXA SOBRE O PATRIMÓNIO

POR MIM ESTOU DESCANSADO POIS NÃO SEREI ATINGIDO POR TAL LEI.
FICO ADMIRADO POR OS GOVERNOS NÃO IREM ÀS REGALIAS DOS POLÍTICOS E EX-POLÍTICOS.
DEPUTADOS TEMOS EM EXCESSO, POLÍTICOS COM REFORMAS EM DUPLICADO TEMOS MUITOS. SUBSÍDIOS SÓ ACEITARIA ÀQUELES QUE NÃO TIVESSEM OUTRA PENSÃO.
QUEREM MAIS DINHEIRO? CORTEM NOS POLÍTICOS...
DEIXEM DE SER MANGAS DE ALPACA E APRENDAM A GOVERNAR...
ANTES DE SE ARMAREM EM GOVERNANTES TRABALHEM NUMA FÁBRICA, DÊEM PROVAS DE QUE SABEM O QUE FAZEM.
ENCOLHAM O MONSTRO DO ESTADO. SE O NÃO FIZEREM NUNCA MAIS SAIREMOS DA CEPA TORTA, A NÃO SER QUE APAREÇA POR AÍ ALGUM HOMEM DE BOTAS MAS HONESTO.



sábado, 17 de setembro de 2016

AI EUROPA...AI EUROPA...

Assunto: Fwd: ELEGIA PARA A EUROPA - António Barreto
 

Bons amigos (as):

Deixo-vos um bem elaborado e realista texto-queixume-inquietação sobre a actual situação na Europa, pelo Sociólogo Dr. António Barreto, cuja exposição nos faz pensar.

Parece-me que estamos numa Europa sem espírito europeu, sem força e com receio da sua presença e incapaz de impor a sua razão, perante forças fundamentalistas e sanguinárias do controvertido Islão.

A Europa de hoje, remanescente da história de vários povos, de antanho, dos romanos, gregos, suevos, cartagineses e sarracenos (povo árabe que dominou a Península Hispânica) e que nos deixaram o "signum" (sinal) da cultura e do saber, perderá o seu destino se esta mesma Europa perder a sua força.


Ouvi, após o covarde atentado do 11 de Setembro de 2001 às Torres Gémeas, um líder muçulmano dizer que, dentro de 10 anos, o Islão reinaria na Europa  para "libertar" os "infiéis" do ocidente. Penso que nem o profeta Maomé iria tão longe! ...


Abraços e um bom fim-de-semana

PORTUGUÊS...PORTUGUÊS...

ACABEMOS COM AS DÚVIDAS SOBRE OS SUFIXOS DA RAIZ VERBAL …
 
presidenta é feminino, presidento é masculino, e presidente é gay
Não é preciso ficares sorridenta.’
 
Essa senhora (Pilar del Rio), não lhe valeu de nada, estar casada tantos anos com José Saramago... No fundo, o que mais irrita, são estes "estrangeiros" virem dar ordens no modo como se fala e escreve PORTUGUÊS... Já não chegavam os Brasileiros, virem impor (aos parvos subservientes) uma nova ortografia, sem pés nem cabeça, aparece agora uma espanhola parva e petulante... que desgraça a nossa! Deixem-nos em paz a aturar a cambada dos políticos e já nos sobra...
 
Aqui vai uma explicação muito pertinente para uma questão actual:
 
        A jornalista Pilar del Rio costuma explicar, com um ar de catedrática no assunto, que dantes não havia mulheres presidentes e por isso é que não existia a palavra presidenta... Daí que ela diga insistentemente que é Presidenta da Fundação José Saramago e se refira a Assunção Esteves como Presidenta da Assembleia da República. Ainda esta semana escutei Helena Roseta dizer: «Presidenta!», retorquindo o comentário de um jornalista da SIC Notícias, muito segura da sua afirmação...
 
A propósito desta questão recebi o texto que se segue e que reencaminho. Uma belíssima aula de português. Foi elaborada para acabar de uma vez por todas com toda e qualquer dúvida se temos presidente ou presidenta! e porque não, o presidento?
 
v
«A presidenta foi estudanta? Existe a palavra: PRESIDENTA? Que tal colocarmos um "BASTA" no assunto? No português existem os particípios ativos como derivativos verbais.
Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, o de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade. Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, a pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha.
Diz-se: capela ardente, e não capela "ardenta"; estudante, e não "estudanta"; adolescente, e não "adolescenta"; paciente, e não "pacienta".
Um bom exemplo do erro grosseiro seria: "A candidata a presidenta comporta-se como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta.
Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".»
 
Por favor, por amor à língua portuguesa, repasse esta informação

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

INDECOROSO

"Indecoroso", não foi escrito por mim mas bem gostava de o ter feito mas, não tinha qualquer valor, agora escrito por um Senhor como Adriano Moreira, tem um valor incalculável!


Especialmente dedicada aos "ex-ministros" Poiares Maduro e Maria Luís Albuquerque pelas suas "brilhantes" declarações proferidas acerca da sustentabilidade das reformas...
  
VERGONHA é comparar a Reforma de um Deputado com a de uma Viúva.
VERGONHA é um Cidadão ter que descontar 40 ou mais anos para receber Reforma e aos Deputados bastarem somente 3 ou 6 anos conforme o caso e que aos membros do Governo para cobrar a Pensão Máxima só precisam do Juramento de Posse.
VERGONHA é que os Deputados sejam os únicos Trabalhadores (???) deste País que estão Isentos de 1/3 do seu salário em IRS…e reformarem-se com 100% enquanto os trabalhadores se reformam na base de 80%...
VERGONHA é pôr na Administração milhares de Assessores (leia-se Amigalhaços) com Salários que desejariam os Técnicos Mais Qualificados.
  
VERGONHA é a enorme quantidade de Dinheiro destinado a apoiar os Partidos,
aprovados pelos mesmos Políticos que vivem deles.
  
VERGONHA é que a um Político não se exija a mínima prova de Capacidade para
exercer o Cargo (e não falamos em Intelectual ou Cultural).
  
VERGONHA é o custo que representa para os Contribuintes a sua Comida,
Carros Oficiais, Motoristas, Viagens (sempre em 1ª Classe), Cartões de
Crédito.
  
VERGONHA é que S.Exas. tenham quase 5 meses de Férias ao Ano (48 dias no
Natal, uns 17 na Semana Santa mesmo que muitos se declarem não religiosos,
e uns 82 dias no Verão).
  
VERGONHA é S.Exas. quando cessam um Cargo manterem 80% do Salário durante
18 meses.
  
VERGONHA é que ex-Ministros, ex-Secretários de Estado e Altos Cargos da
Política quando cessam são os únicos Cidadãos deste País que podem
legalmente acumular 2 Salários do Erário Público.
  
VERGONHA é que se utilizem os Meios de Comunicação Social para transmitir à
Sociedade que os Funcionários só representam encargos para os Bolsos dos
Contribuintes.
  
VERGONHA é ter Residência em Sintra e Cobrar Ajudas de Custo pela
deslocação à Capital porque dizem viver em outra Cidade.
               Adriano Moreira
 

terça-feira, 13 de setembro de 2016

FERNANDO PESSOA

-
Fernando Pessoa

"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhámos.

Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.

Hoje já não tenho tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.

Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.

Vamo-nos perder no tempo...

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
Quem são aquelas pessoas?
Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!

- Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...

Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.
E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos.
Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes
daquele dia em diante.

Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!"

Fernando Pessoa
 




"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
Mas na intensidade com que acontecem
Por isso existem momentos inesquecíveis,
Coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis"

Fernando Pessoa
 
 

À ATENÇÃO DO GOVERNO DE PORTUGAL

À Atenção do Ministério da Educação do Governo de Portugal !
 
 
Reencaminho, sem comentários. O caso dispensa-os.
Era bom que o Ministério da Educação da Tugalândia tivesse disto conhecimento!!!
 
ALUNO QUE PROCESSOU PROFESSOR POR LHE TER APREENDIDO O TELEMÓVEL NA SALA DE AULA PERDE CAUSA NA JUSTIÇA!!!

O juiz Eliezer Siqueira de Sousa Junior, da 1ª Vara Cível e Criminal de Tobias Barreto, no interior do Sergipe, Brasil, julgou improcedente um pedido de indemnização que um aluno pleiteava contra o professor que lhe tirou o telemóvel na sala de aula.
De acordo com os autos, o educador tomou o telemóvel do aluno, pois este estava a ouvir música com os fones de ouvido durante a aula.
O estudante foi representado por sua mãe, que pleitou reparação por danos morais diante do "sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional".
Na negativa, o juiz afirmou que "o professor é o indivíduo vocacionado para tirar outro indivíduo das trevas da ignorância, da escuridão, para as luzes do conhecimento, dignificando-o como pessoa que pensa e existe”. O magistrado solidarizou-se com o professor e disse que "ensinar era um sacerdócio e uma recompensa. Hoje, parece um carma".
O juiz Eliezer Siqueira ainda considerou que o aluno violou uma norma do Conselho Municipal de Educação, que impede a utilização de telemóveis durante o horário escolar, além de desobedecer, reiteradamente, às instruções do professor.
Ainda considerou não ter havido abalo moral, já que o estudante não utiliza o telemóvel para trabalhar, estudar ou qualquer outra atividade edificante.
E declarou: "Julgar procedente esta demanda, é desferir uma bofetada na reserva moral e educacional deste país, privilegiando a alienação e a contra educação, as novelas, os realitys shows, a ostentação, o ‘bullying intelectual', o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectualmente improdutiva que vem assolando os lares do país, fazendo às vezes de educadores, ensinando falsos valores e implodindo a educação brasileira”.
Por fim, o juiz ainda faz uma homenagem ao professor. "No país que virou as costas para a Educação e que faz apologia ao hedonismo inconsequente, através de tantos expedientes alienantes, reverencio o verdadeiro HERÓI NACIONAL, que enfrenta todas as intempéries para exercer seu ‘múnus’ com altivez de caráter e senso sacerdotal: o Professor."


ISTO DEVERIA SER LIDO POR TODOS OS POLÍTICOS, MAGISTRADOS, PROFESSORES E PAIS DE PORTUGAL.
 

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

ADIVINHEM QUEM LIXOU A CAIXA

Adivinhem quem lixou a Caixa?
 
 
 
 
 
 
Gente fina!
Mas não têm o exclusivo da vigarice e do oportunismo!
 
 
José Sócrates foi eleito primeiro-ministro em Março de 2005. Três meses e meio depois (Agosto de 2005) correu com o anterior presidente da Caixa Geral Depósitos, que não chegou a aquecer o lugar (Vítor Martins, 10 meses no cargo), e nomeou Armando Vara administrador, com a responsabilidade de gerir as participações financeiras da CGD em várias empresas estratégicas. Sete meses depois, a comunicação social anunciava que os seus poderes haviam sido “reforçados”. Cito o PÚBLICO de 9 de Março de 2006: “Armando Vara assumiu agora as direcções de particulares e de negócios das regiões de Lisboa e do Sul, assim como a direcção de empresas da zona Sul. Entre as suas competências estão ainda a coordenação das participações financeiras do banco público, EDP (4,78%), PT (4,58%), PT Multimédia (1,27%), BCP (2,11%) e Cimpor (1,55%).”
Vara permaneceu três anos como administrador da Caixa Geral de Depósitos, até sair em 2008 para a vice-presidência do Millenium BCP, com o dobro do salário, o sucesso que se conhece e um pedido de licença sem vencimento para poder continuar nos quadros da Caixa. Ainda em representação da CGD, Vara foi administrador não-executivo da PT, desempenhando um papel decisivo na oposição à OPA da Sonae em 2006, devido aos poderes mágicos da golden share. Justiça lhe seja feita: não se pode dizer que a CGD tenha sido um tacho para Armando Vara. Foi muito pior do que isso: a Caixa transformou-se num imenso caldeirão onde os mais variados interesses se foram servir, cabendo a Vara decidir quem enchia a gamela. (Ouvido no âmbito da Operação Marquês a propósito do empreendimento de Vale do Lobo, Armando Vara recusou tal ideia, tendo declarado que estas decisões nunca eram aprovadas por uma só pessoa, mas por um colectivo da CGD.)
E que gamelas encheu a Caixa nos últimos anos? O Correio da Manhã teve acesso a uma auditoria recente e revelou a lista dos maiores credores do banco. A lista está ordenada por exposição ao risco de crédito, mas eu prefiro ordená-la pelas imparidades já registadas – e aí o cenário é simultaneamente desolador e esclarecedor. No topo da lista está o grupo Artlant, que tencionava construir em Sines um daqueles megaprojectos PIN pelos quais o engenheiro Sócrates se pelava: uma “unidade industrial de escala mundial” para a produção de 700.000 toneladas/ano de um componente do poliéster, que levaria à “consolidação do cluster petroquímico da região de Sines”, segundo um comunicado do Conselho de Ministros de Junho de 2007. José Sócrates chegou a lançar a primeira pedra em Março de 2008 e agora cabe-nos a nós apanhar os calhaus: 476 milhões de dívida, 214 milhões em imparidades.
Em segundo lugar (imparidades: 181 milhões; exposição: 271 milhões) estão as Auto-estradas Douro Litoral. São 79 quilómetros adjudicados em Dezembro de 2007 e cada milímetro de alcatrão deve hoje três euros e meio à CGD – ou seja, a mim e a si, caro leitor. Em terceiro vem o famoso empreendimento de Vale do Lobo, o tal com o qual o Ministério Público está a tentar agarrar José Sócrates, e que tem uma astronómica dívida de 283 milhões (imparidades: 138 milhões). Segue-se um grupo imobiliário espanhol que não conheço (Reyal Urbis), mas que fiquei com muita vontade de conhecer, e dois nossos velhos conhecidos: o grupo Espírito Santo e o grupo Lena, todos com dívidas acima dos 200 milhões. Digam-me: com uma lista destas, alguém se espanta por a Caixa estar a precisar de quatro mil milhões? Eu não.
 
João Miguel Tavares – 16/06/2016 – Jornal Público