quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A CIGARRA E A FORMIGA

Assunto: FW: A Cigarra e a Formiga (versões Alemã e Portuguesa)






Versão alemã

A formiga trabalha durante todo o Verão debaixo de Sol. Constrói a sua
casa e enche-a de provisões para o Inverno.
A cigarra acha que a formiga é burra, ri, vai para a praia, bebe umas
bejecas, dá umas “quecas”, vai ao Rock in Rio e deixa o tempo passar.
Quando chega o Inverno a formiga está quentinha e bem alimentada.

A cigarra está cheia de frio, não tem casa nem comida e morre de fome.


 Versão portuguesa

A formiga trabalha durante todo o Verão debaixo de Sol. Constrói a sua
casa e enche-a de provisões para o Inverno.
A cigarra acha que a formiga é burra, ri, vai para a praia, bebe umas
bejecas, dá umas quecas, vai ao Rock in Rio e deixa o tempo passar.
Quando chega o Inverno a formiga está quentinha e bem alimentada.
A cigarra, cheia de frio, organiza uma conferência de imprensa e
pergunta porque é que a formiga tem o direito de estar quentinha e bem
alimentada enquanto as pobres cigarras, que não tiveram sorte na vida,
têm fome e frio.

A televisão organiza emissões em directo que mostram a cigarra a
tremer de frio e esfomeada ao mesmo tempo que exibem vídeos da formiga
em casa, toda quentinha, a comer o seu jantar com uma mesa cheia de
coisas boas à sua frente.

A opinião pública tuga escandaliza-se porque não é justo que uns
passem fome enquanto outros vivem no bem bom. As associações anti
pobreza manifestam-se diante da casa da formiga. Os jornalistas
organizam entrevistas e mesas redondas com montes de comentadores que
comentam a forma injusta como a formiga enriqueceu à custa da cigarra
e exigem ao Governo que aumente os impostos da formiga para contribuir
para a solidariedade social.

A CGTP, o PCP, o BE, os Verdes, a Geração à Rasca, os Indignados e a
ala esquerda do PS com a Helena Roseta e a Ana Gomes à frente e o
apoio implícito do Mário Soares organizam manifestações diante
da casa da formiga.

Os funcionários públicos e dos transportes decidem fazer uma greve de
solidariedade de uma hora por dia (os transportes à hora de ponta) de
duração ilimitada.

Fernando Rosas escreve um livro que demonstra as ligações da formiga
com os nazis de Auschwitz.
Para responder às sondagens o Governo faz passar uma lei sobre a
igualdade económica e outra de anti discriminação (esta com efeitos
retroactivos ao princípio do Verão).

Os impostos da formiga são aumentados sete vezes e simultaneamente é
multada por não ter dado emprego à cigarra. A casa da formiga é
confiscada pelas Finanças porque a formiga não tem dinheiro que chegue
para pagar os impostos e a multa.

A formiga finalmente abandona Portugal e vai-se instalar na Suíça onde, passado
pouco tempo, começa a contribuir para o desenvolvimento da economia
local.

A televisão faz uma reportagem sobre a cigarra, agora instalada na
casa da formiga e a comer os bens que aquela teve de deixar para trás.
Embora a Primavera ainda venha longe já conseguiu dar cabo das
provisões todas organizando umas "parties" com os amigos e umas
"raves" com os artistas e escritores progressistas que duram até de
madrugada. Sérgio Godinho compõe a canção de protesto "Formiga
fascista, inimiga do artista...".

A antiga casa da formiga deteriora-se rapidamente porque a cigarra
está-se marimbando para a sua conservação. Em vez disso queixa-se que o
Governo não faz nada para manter a casa como deve de ser. É nomeada
uma comissão de inquérito para averiguar as causas da decrepitude da
casa da formiga. O custo da comissão (interpartidária mais parceiros
sociais) vai para o Orçamento de Estado: são 3 milhões de euros por
ano.
Enquanto a comissão prepara a primeira reunião para daí a três meses,
a cigarra morre de overdose.

Rui Tavares comenta no Público a incapacidade do Governo para corrigir
o problema da desigualdade social e para evitar as causas que levaram
a cigarra à depressão e ao suicídio.

A casa da formiga, ao abandono, é ocupada por um bando de baratas,
imigrantes ilegais, que há já dois anos foram intimadas a sair do
País mas que decidiram cá ficar, dedicando-se ao tráfego da droga e a
aterrorizar a vizinhança.

Ana Gomes um pouco a despropósito afirma que as carências da
integração social se devem à compra dos submarinos, faz uma relação
que só ela entende entre as baratas ilegais e os voos da CIA e
aproveita para insultar Paulo Portas.

Entretanto o Governo felicita-se pela diversidade cultural do País e
pela sua aptidão para integrar harmoniosamente as diferenças sociais e
as contribuições das diversas comunidades que nele encontraram uma
vida melhor.

A formiga, entretanto, refez a vida na Suíça e está quase milionária...

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