A transferência de culpas começa, de acordo com a Bíblia, logo no princípio do mundo, quando Adão culpou a Eva do pecado que acabaram de cometer.
Desde aí parece-me que não houve quem não transferisse culpas para os outros dos seus próprios erros.
O presidente dos Estados Unidos Harry S. Truman, farto das mentiras dos políticos mandou colocar uma placa no seu gabinete dizendo " THE BUCK STOP HERE".
Ninguém admite um fracasso ou um erro, pois o ser humano odeia reconhecer que errou, salvo raras e honrosas excepções.
Eduin Cole ilustra um seu livro com a seguinte história:
Pai e filho estão sentados à mesa e a mãe foi buscar alguma coisa. Em dado momento, o menino vai pegar um pãozinho, esbarra na xícara e derrama café com leite na mesa. Imediatamente olha para o pai. Este encara-o com raiva, dá um tapa na mão dele e diz:" Quantas vezes já lhe falei para prestar atenção no que está fazendo?" É claro que o filho não responde nada.
Uma semana depois, temos o mesmo cenário. Desta vez é o pai que esbarra na chávena de café e derrama o mesmo sobre a mesa. O garoto olha logo para ele, para ver o que vai acontecer. O homem fica irritado com a esposa diz-lhe: "Quantas vezes eu já lhe disse para não colocar a chávena aqui?"
Ele se justifica transferindo a culpa para outra pessoa. Assim, pelo exemplo, ensina o filho a fazer o mesmo.
Mas também há outros exemplos destas transferências, talvez milhentas.
Aquelas que mais aborrecem são as de origem política e as dos falhados na vida que nunca têm culpa dos erros cometidos.
Estou convencido que se fôssemos às cadeias a maioria dos detidos diria que estava ali por culpa de...
Até seria um estudo curioso de fazer se acaso não foi já feito.
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