terça-feira, 2 de julho de 2013

O MOSTRENGO (MODIFICADO)

O mostrengo que está no fim dos tempos,
Na noite da discórdia e incompetência,
À roda da casa do povo voou mil vezes,
Tantas vezes de ódio e intriga a sugar,
E disse: "Quem governa meu povo desta forma,
Nas minhas barbas e meu povo gemendo?"
O Zé povinho junto do leme disse, tremendo,
Tenham dignidade e respeito por nós todos!"

De quem são as intrigas e furtos que ouço?
De quem as trapaças que vejo e ouço?"
Disse o mostrengo e rodou mil vezes,
Mil vezes rodou infantil e nojento:
Quem vem sujar aquilo que construímos,
Pois aqui moro há séculos contra tantos?
Deixemos medos, para a frente nobre povo!
Procurando homens honestos e sensatos,
Disse o povo já um tanto moribundo!

Tantas vezes do leme as mãos ergueu,
Tantas vezes ao leme as repreendeu,
E disse no fim de tremer mil vezes:
Nos campos ao sol e ao vento sou eu;
Um Povo digno e honesto que exige
Dignidade nos homens dos lemes,
Longe das trevas dos submundos,
Assim manda a honra dos nossos avós.

Modificação de António Borges da Cunha

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