terça-feira, 4 de maio de 2021

ESSE LENTÍSSIMO JUIZ

 Ao transitar pelos corredores do tribunal, o advogado (e professor) foi chamado por um dos juízes:

- Olhe só que erro ortográfico grosseiro temos nesta petição.

Estampado logo na primeira linha da petição, lia-se'Esselentíssimo Juiz'.

Gargalhando, o magistrado perguntou-lhe:

- Por acaso este advogado foi seu aluno na Faculdade?

- Foi sim - reconheceu o mestre. Mas onde está o erro ortográfico a que o senhor se refere?

O juiz pareceu surpreso:- Ora, meu caro, acaso você não sabe como se escreve a palavra Excelentíssimo?

Então explicou o catedrático:

- Acredito que a expressão pode significar duas coisas diferentes. Se o colega desejava referir-se à excelência dos seus serviços, o erro ortográfico, efectivamente, é grosseiro. Mas, se fazia alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco reside apenas na junção inapropriada de duas palavras. O certo seria então dizer: 'Esse lentíssimo juiz'.

Depois disso, aquele magistrado nunca mais aceitou o tratamento de 'Excelentíssimo Juiz', sem antes perguntar:

- Devo receber  a expressão como extremo de excelência ou como superlativo de lento?

 

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