sexta-feira, 20 de março de 2015

Será que Ricardo acredita em Salgado?

 
20 de Março de 2015
 
Será que Ricardo acredita em Salgado?
 

Verdades há muitas, como os chapéus? “Estou aqui para defender a minha razão”; “É a minha verdade”, disse ontem Ricardo Salgado na Comissão Parlamentar de Inquérito, durante a longa reunião em que foi confrontado com as conclusões da auditoria forense do Banco de Portugal que apontaram fortes indícios de crime. Um conceito lato de verdade (curiosamente também utilizado esta semana por João Araújo, advogado de Sócrates) ao estilo de Nietzsche  que a definiu como uma ilusão, uma criação, uma imposição dos poderosos , e que deixa qualquer um confuso: será que mesmo Ricardo acredita em Salgado?

Perante os deputados, o ex-presidente do BES disparou em todas as direcções, adoptado a máxima de que a melhor defesa é o ataque, o mais feroz de todos dirigido a Carlos Costa, que ele considera o Culpado Disto Tudo. Como escreveu Ricardo Costa no Expresso Diário de ontem, parece que Salgado ainda não percebeu o que lhe aconteceu. Ou não quer perceber. “Errare humanum est”, disse ontem num latim sofrível. Não mencionou a segunda parte do aforismo atribuído (há quem diga que impropriamente) a Seneca: “Errare humanum est, perseverare diabolicum” – se errar é humano, persistir no erro diabólico.  Uma coisa é certa: desculpas Salgado não pede, e cita livremente Pessoa: “pedir desculpa é pior do que não ter razão”. A justiça terá agora que avançar. A minha pergunta que fez título deste Expresso Curto há 15 dias mantém-se: e se, para variar, alguém fosse preso?   

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