terça-feira, 4 de novembro de 2014

A VIGARICE ENERGÉTICA

«A vigarice energética, por José de Sá

Os media e o Governo têm feito grande alarido sobre a "intransigente" posição portuguesa nas negociações europeias sobre energia e clima, sem que a maioria dos portugueses se aperceba da monumental vigarice e esbulho que isto encobre.
Concretamente, Portugal "exigiu" que os corredores eléctricos nos Pirinéus sejam alargados, para poder exportar a sua electricidade renovável, e isso não foi aceite, particularmente por França. E para que quer Portugal ter maior capacidade de exportar electricidade para lá dos Pirinéus?
Para escoar o excesso de energia eólica que já tem, e o ainda muito maior excesso que irá ter se os investimentos na mesma continuarem, como pretende o lobby eólico e os seus apaniguados na governação, já desde Sócrates (nada mudou nesta matéria).
E precisa de a escoar para lá dos Pirinéus porque Espanha também tem excesso.
Mas será que esses excedentes eólicos têm possibilidade de competir no mercado além-Pirinéus? Sim, têm, porque podem ser vendidos a preço zero, como já o são frequentemente no mercado ibérico de electricidade, o MIBEL. E contra preço zero não há concorrente para competir ...
Onde está a gigantesca vigarice e esbulho aos portugueses é no facto de os tais excedentes eólicos poderem ser exportados a qualquer preço que lhes garanta a competitividade, incluindo zero, mas não custarem zero a produzir. Com efeito, os produtores eólicos recebem em Portugal sempre uma tarifa choruda fixa, muito superior ao que custa a produção de electricidade por qualquer forma convencional, e isso é pago PELOS CONSUMIDORES PORTUGUESES, na parcela CIEG da factura de electricidade ou vai para o défice tarifário, que é o mesmo que não pagarem agora para virem a pagar mais tarde e com juros...
É precisamente para poder continuar a receber essa tarifa, na realidade uma renda financeira, e estendê-la ainda a muitos mais aerogeradores a instalar, que o lobby eólico quer poder exportar essa energia, porque em Portugal já não há onde a pôr mas a compra pela EDP de toda a que se produzir é assegurada por Decreto! Se ela é vendida lá fora a preço zero, isso pouco importa a esses negociantes, porque cá dentro recebem sempre a mesma tarifa definida por Decreto!
Ora quem paga essa diferença entre custo de produção e preço de venda lá fora é sempre o consumidor português!
E se têm dúvidas sobre as motivações do lobby eólico, vejam só as promessas que fizeram ao Manuel Pinho, o grande campeão das renováveis socráticas: observador.pt/…/manuel-pinho-exige-mais-de-dois-milhoes-de…
 
 

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