domingo, 3 de abril de 2011

Chorai

Choro de alma esfarrapada,
Pela humana ingratidão,
Pelo enorme egoísmo,
Pela ignorância,
Pela vil inveja,
Pela santa podridão,
Dos espíritos,
Pela sua infâmia,
Chora coração esfarrapado...
Toquem os sinos a rebate,
E digam que o homem,
Ainda não entendeu porque vive,
Ainda não compreendeu porque bate,
Seu coração, olhando só seu umbigo,
Rios sob velhos amieiros,
Correi na direcção do mar,
Dispersai, naquela ondulação,
E esquecei tudo o que digo,
Tanta incompreensão,
Até meu cão que ladra,
Parecendo tudo entender,
E ao ladrar, seu rabo bate,
Dando-nos grande lição:
Acordem desta apatia,
Para que ao morrer,
Possa dizer que soube amar,
Neste mundo onde tudo vale,
Desde que seja bem pago,
Muitos chicos espertos,
É o que está a dar,
Como feras guiando,
Jipes como carros de combate,
Sem nobreza de caracter,
Numa teia de conivências,
A fachada e a aparência,
Em cabeças turbinadas,
Rasas de ideais e valências,
Pelo deus dinheiro dominados.
Acordem desta letargia,
Porque sendo tão curta a vida,
Não a façam tão pequena,
Sem amor! Se lhe tira seu sabor.

Marvila,3 de Abril de 2011
António Borges da Cunha

borgesdacunha.blogspot.com
murodelagrimas.blogspot.com

2 comentários:

  1. Quando um homem se põe a pensar
    Nada nem ninguém o pode calar


    Um abraço

    ResponderEliminar
  2. Sim...
    Penso que vou deixar o mundo pior que o encontrei.
    Anda tudo às avessas.
    Um abraço.

    ResponderEliminar