segunda-feira, 6 de abril de 2015

O DECLÍNIO DA EUROPA



Crónica no jornal Jyllands Posten, de 22/01/2015


O declínio da Europa – os números falam
De Bent Jensen, professor Dr.

A Europa a degradar-se perante nós é a lição de um historiador de culturas, nas linhas desta crónica. A conclusão é que, são os próprios eleitores quem lançaram os alicerces para esta catástrofe.

"Vivemos nos últimos momentos", diz o meu amigo historiador em cultura. "Digo-o com toda a gravidade: os dias da Europa estão contados. Alegra-me saber que eu não venha a assistir ao final, as últimas convulções, antes que tudo se acabe. Não será uma imagem muito agradável. A minha esposa e eu estamos a prepara os nossos filhos para uma futura emigração."

"Estás doido?" respondi-lhe. "Está tudo muito bem! Os europeus nunca estiveram melhor que agora. Atravessamos uma prosperidade e uma liberdade que é historicamente sem comparação".

"Isto é verdade", afirma o historiador. "Os nossos pais e os nossos avós, e inúmeras gerações antes deles, criaram esta incomparável sociedade, toda ela bem organizada e próspera. Mas a minha geração e a tua puseram tudo fora de control. E, os danos que provocámos são irreversíveis, como os estudiosos o afirmam. Transpusemos aquele ponto em que, o desenvolvimento das nações europeias, podia retroceder. Agora, só nos resta descrever e tentar explicar como e porquê, somente um geração de europeus se conduziu, de maneira a desperdiçar 1.000 anos de cultura".

"Ah! É disparate absurdo isso que tu dizes ..."

"Deixa-me explicar", interrompeu o meu amigo, "porque é que a Europa, onde tu e eu crescemos, perecerá e será substituída por qualquer outra coisa que seja, que um europeu somente uma geração atrás, podia imaginar. Uma Europa que já se encontra irreconhecível, uma Europa que já não é Europa"?
"O factor básico é a demografia. Os europeus já não estão dispostos em se reproduzir. Nascem demasiado poucas crianças europeias, e a população europeia mirra. Os europeus perderam o instinto fundamental da sobrevivência. É um fenómeno histórico único. Um quarto das mulheres alemãs – nas grandes cidades, um terço – não querem ter filhos. Os muitos milhões de turcos na Alemanha estarão mais que duplicados em 2020. Segundo os prognósticos das Nações Unidas e da União Europeia, a população actual da Alemanha, de 80 milhões, ficará reduzida para 60 milhões em 2050 e, destes, os turcos e outros muçulmanos farão dela parte integrante crescente, até estarem representados em maioria, antes da transição para o próximo século. A Itália reduzir-se-á com 20 milhões ficando a contar com 37 milhões, e a Espanha com 10 milhões, situar-se-á nos 28 milhões. Nos países europeus, incluindo a Rússia e a Ucrânia, as prespectivas são ainda piores.

O outro factor importante é a imigração. No decorrer da história, os países europeus acolheram e integraram, em pouco espaço de tempo, imigrantes vindos de outros países europeus: alemães, suecos, judeus e hugunotes imigraram para a Dinamarca, tendo sido um benefício para o país. Mas os imigrantes dos países islâmicos de hoje são completamente diferentes, e não desejam integrar-se. Trazem consigo, do Médio Oriente, do Norte de África e do Pasquistão, a sua religião, para poderem viver isolados em guetos, de maneira a não serem influenciados pela cultura do país de acolhimento. O seu número cresce de maneira explosiva, porque procriam muitas mais crianças que os europeus. Em França, com 6 milhões de muçulmanos, e na Holanda, a população muçulmana mais que duplicou desde 1980. Sabias que muitas cidades alemãs têm uma população muçulmana de 30 a 35%? O mesmo se passa com as cidades inglesas e francesas. Na Alemanha, em 1960, havia menos de 7.000 muçulmanos; hoje são 4 milhões! Uma grande parte das cidades alemãs terão uma maioria de muçulmanos dentro de um período de tempo previsível. 160.000 alemães com estudos elevados deixam o país cada ano. Em Bruxelas e em muitos outros países europeus, mais de metade dos nascimentos, são crianças muçulmanas. Em Birmingham, existem mais mesquitas que igrejas.

A destruição dos estados-providência europeus é o resultado inevitável. São funcionam naturalmente como um magnete, para os milhões de pessoas do Médio Oriente, Norte de África e de outros lugares. Pode-se adquirir um padrão de vida que corresponde à existência de dois, nos estados parcialmente destruídos, de onde provêm. Têm direito a habitação, infantários grátis, cuidados de saúde, instrução e educação. Recentemente, na tv, tivemos conhecimento de uma mulher palestinense com sete filhos, que tem vivido na Dinamarca desde há 21 anos, sem ter aprendido a ler e escrever – e, provavelmente sem nunca ter tido qualquer trabalho.

Representam um enorme fardo, e absorvem uma quantidade desporporcional dos orçamentos sociais. Através dos cálculos do Banco Nacional, sabemos que só são uma vanatgem económica, os imigrantes que possuem formação profissional à chegada, e que têm emprego garantido desde o primeiro dia; e que deixam o país assim que ficarem sem emprego. Em vez disso, a Europa acolhe milhões de pessoas sem formação. Muitos dos seus filhos não recebem qualquer forma de instrução. Isto, em prejuízo daqueles que, com trabalho árduo, construiram o país e financiaram a cornocópia dos benefícios sociais. Lembras-te de quando já não havia recursos económicos para que os idosos, em Esbjerg1, pudessem passar uma festa de Natal, no centro de terceira idade?


1 Cidade da Dinamarca.
E estamos só no princípio. Graças às violentas diferenças que irão surgir no futuro no que respeita à composição populacional, com cada vez menos europeus e cada vez mais imigrantes muçulmanos e seus descendentes, as economias dos países europeus ficaram reduzidas. Haverá menos produto nacional per capita. A proporção das pessoas produtivas e inovadoras cairá, enquanto outra parte dos não produtivos aumentará violentamente. Ao mesmo tempo, as despesas com ajudas sociais, com a polícia, a justiça e os serviços penitenciários, continuarão a crescer. Os impostos e os

encargos dos que produzem têm de ser aumentados, de maneira a financiar esta de facto destruição dos Estadosprovidência europeus.

Um terceiro factor decisivo é a democracia, ou melhor, o Estado de direito, de que os europeus, e com razão, se sentem orgulhosos. Dá aos povos uma liberdade e uma certeza jurídica, desconhecida nos países destitídos de direito, de onde o imigrantes vêm. Aqui reina o estado policial sob o domínio dos clãs, a corrupção e a repressão. A democracia é uma boa forma política, e o estado de direito, mas as suas instituições foram criadas pelos e para os cidadãos europeus democráticos e cumpridores. O estado de direito rende-se aos enormes e crescentes desafios em larga escala, no meio dos quais a Europa está, em consequência da invasão massiva islâmica.

Um quarto factor é o conjunto de leis, directivas e convenções internacionais, com que os políticos europeus enredaram os seus governos, e que agora os impedem de intervir nos casos de actos criminosos. Pelo menos, é o que os próprios políticos dizem. Também se pode dar o caso de eles somente usarem as convenções, como um pretexto para actuarem como deviam. Ao que parece, nem é possível, aos estados europeus, impedir a imigração ilegal. Também, segundo os políticos, nem é possível extraditar os criminosos mais reincidentes que não têm nacionaliade dinamarquesa. Os próprios terroristas e indivíduos que são acusados de homicídio, estão protegidos pelas convenções. Pessoas que se alistam nas hostes estrangeiras contra soldados dinamarqueses, são intocáveis.


Os políticos fazem agora modificações cosméticas, são imediatamente sujeitos a uma catadupa de acusações por parte dos "especialistas", por falta de decência, de amor ao próximo e caridade. Já se atingiu o tempo em que a invasão islâmica se torna decisiva para o resulatdo das eleições para os parlamentos das nações europeias. Os políticos encenaram recentemente uma demonstração patética contra o terror, onde representantes dos terroristas muçulmanos participaram – um gesto revoltante e gratuito; pois os políticos não querem levar a sério as ameaças terroristas, que muito bem poderiam neutralizar, assim eles o quizessem.
Os média são um outro problema. Especialmente os chamados seriviços públicos multimédia – canais de tv – que se elegeram a uma espécia de partido político, não obstante sem qualquer mandato do povo, mas que se legitimam, eles próprios, a estabelecerem a ordem do dia política, decidindo o que se deve e o que se pode discutir. E, como todas as investigações mostram claramente que estes média são controloados pelos esquerdistas, criam uma confusão permanente no debate público sobre os assuntos graves da sociedade, incluindo a queda da Europa.


Diz-se que o povo tem os políticos que merecem. Em qualquer dos casos, são os eleitores que, nas eleições elegem os políticos que, com as sujas políticas negligentes, lançaram os fundamentos da próxima catástrofe e que, na realidade, não desejam fazer nada para evitar a derrocada final.

Assim, diante dos nossos olhos se desmorona a Europa".
Literatura: Walter Laqueur: The last days of Europe (2007), Heinz Buschkowsky: Die andere Gesellschafft (2014), Camre, Mogens, Ole Hasselbalch e Lars Hedegaard: Der var et yndigt land (2014)


Tradução de Fernando Coelho Kvistgaard

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