NÃO SE ADMIREM DE NOS POREM FORA DO EURO!
O Buraco
Número de Cidadãos em Portugal:
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10 555 853
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(INE)
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Número de Trabalhadores no Activo:
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4 837 000
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(Pordata, INE)
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Dívida Pública Portuguesa (2004) (M?)
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90 739
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(IGCP, Pordata)
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Dívida Pública Portuguesa (2011) (M?)
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174 891
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(IGCP, Pordata)
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Obrigações do Estado com PPP 2012-2050, VAL (M?)
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26 004
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DGTC
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Dívida do Estado incluindo PPP (M?)
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200 895
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Defice Público Português 2008/2010 (M?)
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-23 354
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INE?MFAP, PORDATA
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Quanto devia o estado por cada português em 2004 (?)
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8 596
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Quanto devia o estado por cada português em 2011 (?)
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16 568
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Quanto devia o estado por cada português em 2011, incluindo PPPs (?)
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19 032
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Quanto devia o estado por cada português trabalhador em 2004 (?)
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18 759
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Quanto devia cada o estado por cada português trabalhador em 2011 (?)
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36 157
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Quanto aumentou a dívida pública por português durante a gestão Sócrates?
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93%
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Quanto?
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93%
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Tchii! Tudo isso?
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Uma desgraça
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Quanto deve o estado por cada trabalhador português em 2011, incluindo PPP:
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41 533
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Quanto foi o défice dos governo entre 2008/2010, por trabalhador: (?)
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-4 828
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Quanto foi o défice mensal do estado só no ano de 2009, por trabalhador, por mês? (?)
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295
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Quanto gastou o governo português em 2010? (M?)
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88 502
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Fonte (OE, INE)
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Quanto gastou o governo português em 2010 por trabalhador, por mês? (?)
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1 525
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Qual é o salário antes de impostos de um trabalhador português? (? mensais)
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1 077
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Fonte: GEP/MTSS , PORDATA
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Qual foi o PIB português em 2011? (M?)
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171 016
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Que dívida representa 60% do PIB? (M?)
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102 610
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Qual o aumento da dívida esperado para 2012 a 2014? (M?)
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20 522
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Admitindo crescimento 0, quanto temos que pagar de dívida pública para atingir 60% do PIB? (M?)
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118 807
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Para pagarmos isto em 20 anos, quanto temos que pagar por ano? (M?)
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5 940
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Admitindo que não se mexe mais nos impostos, quanto tem que cortar a despesa? (M?)
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14 491
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Quanto?
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14 491
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Quanto é a despesa do estado, excluindo Saúde, Educação e Segurança Social?
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10 291
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OE, Pordata
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Estamos metidos num grande buraco, não estamos?
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Estamos.
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A austeridade não é uma invenção ou escolha, é a realidade, é a vidinha que temos pela frente. O debate está apenas na fórmula dessa austeridade. Porque os números que se seguem são isso mesmo: números, factos, e não estados de alma.
(a). Portugal tem cerca de 10,5 milhões de pessoas, mas só tem 4,8 milhões de trabalhadores no activo. E o rácio vai continuar a diminuir, ou seja, os cortes nas reformas são e serão mais ou menos inevitáveis. Só havia um caminho para evitar esses cortes: emissão de dívida para armazenar dinheiro no sistema antigo, libertando os mais novos para um sistema diferente. Os polacos fizeram isto. Mas, agora, Portugal não tem a folga necessária para fazer essa mudança. Eis, talvez, a maior das lições desta crise: a dívida deve ser usada em mudanças de fundo, e não na gestão corrente do Estado.
(b). Em 2004, a dívida pública portuguesa era de 90 mil milhões; em 2011, já estava nos 174 mil milhões. Em seis anos, um primeiro-ministro quase duplicou a dívida soberana do país. 93% de aumento em apenas seis anos. Isto gerou crescimento? Não. Gerou emprego? Não. Gerou a terceira bancarrota do Estado desde 1977. A culpa é da Merkel, do protestantismo, dos "neoliberais", do Bush e quiçá do degelo.
(c). E as PPP? As famosas PPP representam um encargo de 26 mil milhões entre 2012 e 2050 (mas cheira-me que este sub-buraco será maior). Isto faz disparar a dívida do Estado para 200 mil milhões.
(d) E, agora, temos a parte negra do problema: relacionar este buraco financeiro com o buraco demográfico. Em 2004, o Estado devia 8,500 euros por cada português; em 2011, devia 19.032 euros.
(e). Se acha que o cenário é péssimo, o meu caro leitor deve esperar mais um pouco. As contas têm de ser feitas não com o número de cidadãos, mas com o número de trabalhadores no activo. Portanto, a nossa vidinha é assim: por cada trabalhador, o Estado devia em 2004 cerca de 18 mil euros; em 2011,
devia 41 mil euros.
(f). Em 2012, o país ainda não quer olhar para a dimensão deste buraco, ainda quer pensar que a realidade é só a representação da nossa vontade.
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