terça-feira, 1 de agosto de 2017

DE AUTOR ANÓNIMO

REENVIO COMO RECEBI
  
ANÓNIMO
De vez em quando - e pena é que seja só de vez em quando - aparecem-nos textos que, depois de lidos, apetece relê-los

Uma pérola de texto!
Não refere autor, mas acho que qualquer de nós gostaria de o ter escrito.


PORTUGAL: QUE FUTURO ?

Trinta e cinco anos de vida.
Filho de gente humilde. Filho da aldeia. Filho do trabalho.
Desde criança fui pastor, matei cordeiros, porcos e vacas, montei móveis, entreguei roupas, fui vendedor ambulante, servi à mesa e ao balcão. Limpei chãos, comi com as mãos, bebi do chão e nunca tive vergonha.
Na aldeia é assim, somos o que somos porque somos assim.
Cresci numa aldeia que pouco mais tinha que gente, trabalho e gente trabalhadora.
Cresci rodeado de aldeias sem saneamento básico, sem água, sem luz, sem estradas e com uma oferta de trabalho árduo e feroz.
Cresci numa aldeia com valores, com gente que se olha nos olhos, com gente solidária, com amigos de todos os níveis, com família ali ao lado.
Cresci com amigos que estudaram e com outros que trabalharam.
Os que estudaram, muitos à custa de apoios do Governo, agora estão desempregados e a queixarem-se de tudo. Os que sempre trabalharam lá continuam a sua caminhada, a produzir para o País e a pouco se fazerem ouvir, apesar de terem contribuído para o apoio dos que estudaram e a nada receberem por produzir.
Cresci a ouvir dizer que éramos um País em Vias de Desenvolvimento e ... de repente éramos já um País Desenvolvido, que depois de entrarmos para a União Europeia o dinheiro tinha chegado a "rodos" e que passamos de pobretanas a ricos "fartazanas".
Cresci assim, sem nada e com tudo.


E agora, o que temos nós?

1.       Um país com duas imagens.
·         A de Lisboa: cidade grandiosa, moderna, com tudo e mais alguma coisa, o lugar onde tudo se decide e onde tudo se divide, cidade com passado, presente e futuro.
·         E a do interior do país, território desertificado, envelhecido, abandonado, improdutivo, esquecido, pisado.

1.       Um país de vícios.
·         Esqueceram-se os valores, sobrepuseram-se os doutores.
·         Não interessa a tua história, interessa o lugar que ocupas.
·         Não interessa o que defendes, interessa o que prometes.
·         Não interessa como chegaste lá, mas sim o que representas lá.
·         Não interessa o quanto produziste, interessa o que conseguiste.
·         Não interessa o meio para atingir o fim, interessa o que me podes dar a mim.
·         Não interessa o meu empenho, interessa o que obtenho.
·         Não interessa que critiquem os políticos, interessa é estar lá.
·         Não interessa saber que as associações de estudantes das universidades são o primeiro passo para a corrupção activa e passiva que prolifera em todos os sectores políticos, interessa é que o meu filho esteja lá.
·         Não interessa saber que as autarquias tenham gente a mais, interessa é que eu pertença aos quadros.
·         Não interessa ter políticos que passem primeiro pelo mundo do trabalho, interessa é que o povo vá para o diabo.

1.       Um país sem justiça.
·         Pedófilos que são condenados e dão aulas passados uns dias.
·         Pedófilos que por serem políticos são pegados em ombros, e juízes que são enviados para as catacumbas do inferno.
·         Assassinos que matam por trás e que são libertados passados sete anos por bom comportamento!
·         Criminosos financeiros que escapam por motivos que nem ao diabo lembram.
·         Políticos que passam a vida a enriquecer e que jamais têm problemas ou alguém questiona tais fortunas.
·         Políticos que desgovernam um país e "emigram" para Paris.
·         Bancos que assaltam um país e que o povo ainda ajuda a salvar.
·         Um povo que vê tudo isto e entra no sistema, pedindo favores a toda a hora e alimentando a máquina que tanto critica e chora.

1.       Um país sem educação.
·         Quem semeia ventos colhe tempestades.
·         Numa época em que a sociedade global apresenta níveis de exigência altamente sofisticados, em Portugal a educação passou a ser um circo.
·         Não se podem reprovar meninos mimados.
·         Não se pode chumbar os malcriados.
·         Os alunos podem bater e os professores nem a voz podem levantar.
·         Entrar na universidade passou a ser obrigatório por causa das estatísticas.
·         Os professores saem com os alunos e alunas e os alunos mandam nos professores.
·         Ser doutor, afinal, é coisa banal.

1.       Um país que abandonou a produção endógena.
·         Um país rico em solo, em clima e em tradições agrícolas que abandonou a sua história.
·         Agora o que conta é ter serviços sofisticados, como se o afamado portátil fosse a salvação do país.
·         Um país que julga que uma mega fábrica de automóveis dura para sempre.
·         Um país que pensa que turismo no Algarve é que dá dinheiro para todos.
·         Um país que abandonou a pecuária, a pesca e a agricultura.
·         Que pisa quem ainda teima em produzir e destaca quem apenas usa gravata.
·         Um país que proibiu a produção de Queijo da Serra artesanal na década de 90 e que agora dá prémios ao melhor queijo regional.
·         Um país que diz ser o do Pastel de Belém, mas que esquece que tem cabrito de excelência, carne mirandesa maravilhosa, Vinho do Porto fabuloso, Ginjinha deliciosa, Pastel de Tentugal tentador, Bolo Rei português, Vinho da Madeira, Vinho Verde, lacticínios dos Açores e Azeite de Portugal para vender…
·         E tanto, tanto mais... que sai da terra e da nossa história.

1.       Um país sem gente e a perder a alma lusa.
·         Um país que investiu forte na formação de um povo, em engenharias florestais, zoo técnicas, ambientais, mecânicas, civis, em arquitectos, em advogados, em médicos, em gestores, economistas e marketeers, em cursos profissionais, em novas tecnologias e em tudo o mais, e que agora fecha as portas e diz para os jovens emigrarem.
·         Um país que está desertificado e sem gente jovem, mas com tanta gente velha e sábia que não tem a quem passar tamanha sabedoria.
·         Um país com jovens empreendedores que desejam ficar, mas são obrigados a partir.
·         Um país com tanto para dar, mas com o barco da partida a abarrotar.
·         Um país sem alma, sem motivação e sem alegria.
·         Um país gerido por porcaria.

E agora, vale a pena acreditar?
Vale. Se formos capazes de participar, congregar novos ideais sociais e de mudar.
Porquê acreditar?
Porque oitocentos anos de história, construída a pulso, não se destroem em tempo algum . Porque o solo continua fértil, o mar continua nosso, o sol continua a brilhar e a nossa alma, ai a nossa alma, essa continua pura e lusitana e cada vez mais fácil de amar.
ESTE PODRE PAÍS TEM SIDO GOVERNADO POR PESSOAS COM MENTALIDADE DE TABERNEIROS. TIRA DAQUI E TAPA ALI... SÓ COM VISÃO NO DIA DE AMANHÃ. POLÍTICOS TÊM QUE TER VISÃO Á DISTÃNCIA, A MILHAS DE ANOS. POR ACASO ALGUÉM ATÉ HOJE PENSOU EM FAZER UM TRANSVASE DO DOURO PARA AS TERRAS DO SADO? POR ACASO ALGUÉM PENSOU EM PRODUZIR ENERGIA SOLAR A CUSTO ZERO POIS OS KWS QUE VÃO PARA A REDE, E QUE A edp VENDE DÃO SOBEJAMENTE PARA PAGAR O EQUIPAMENTO OU PAGAR CHORUDOS DIVIDENDOS AOS ACCIONISTAS?. COM AS ACTUAIS CONDIÇÕES É EXPLORAR O POVO MEUS SENHORES. ALGUEM COMEÇOU AS LINHAS FÉRREAS, DE BITOLA EUROPEIA, PARA NOS LIGAR AO MUNDO. FALAM...FALAM... MAS NÃO FAZEM NADA. A UE SUBSIDIA TUDO ISTO... QUE GRANDES TABERNEIROS... 

TENHAM VERGONHA!

Da autoria do nosso camarada da "velha-guarda" Coronel Soares Barbosa

A PROPÓSITO DO ROUBO DE MATERIAL DOS PAIÓIS DE TANCOS

Hoje um amigo meu, professor universitário de Filosofia, ex-fuzileiro voluntário, depois de nos cumprimentarmos, a primeira pergunta que me fez foi: “Oh senhor Coronel, com este assalto não sente vergonha de ser militar ?!...”
Como nunca sei quando está a brincar ou sério, tal a sua arte de malabarismo das palavras (ou não fosse filósofo) e, como eu estava com pressa, apenas tive tempo de lhe responder que não tenho vergonha de ser militar, tenho vergonha, isso sim, das atitudes irresponsáveis das várias entidades que têm a obrigação de gerir este país.
Depois de chegar a casa, resolvi, mais serenamente, tecer algumas considerações:
- Tenho vergonha de os políticos tudo terem feito para reduzir a importância das Forças Armadas, quer reduzindo-lhe drasticamente os meios, humanos, materiais e financeiros;
- Tenho vergonha das nomeações para as Chefias Militares serem de escolha política, em detrimento de quem tenha mais qualidades para os cargos, para ser mais fácil “passar-lhes a mâo pelo pêlo”, agindo como cordeirinhos com receio de perderem o “taxo”;
- Tenho vergonha de que os mesmos políticos que eliminaram o serviço militar obrigatório, cedendo ao desejo das jotas, venham agora descobrir como aconselhável o serviço militar obrigatório para ambos os sexos, nem que seja para fazer só a recruta (ensinando-lhes, entre outras coisas, o combate a incêndios – belo serviço cívico);
- Tenho vergonha de que tenham sido abandonadas instalações militares, apenas com o intuito de poupar, deixando-as ao abandono e “a cair de podre” (não esquecer que a sua manutenção era feita por militares do SMO);
- Tenho vergonha de que os políticos tenham contribuído para imagem negativa que a opinião pública tem das Forças Armadas, vendo nelas um peso inútil, quando tal não é verdade. Os políticos que lhe atribuam missões em favor da comunidade, dando-lhe os meios necessários, e verão o que são as FA, quando bem enquadradas e consideradas. Alguém, bom observador destas questões, dizia que só há duas entidades bem organizadas e hierarquizadas em Portugal : As Forças Armadas e a Igreja Católica.
- Tenho vergonha do desmantelamento de especialidades militares que sempre foram consideradas de grande utilidade em situações de crise. Dou exemplo de duas: - Sapadores bombeiros da responsabilidade da Engenharia Militar; - Sapadores dos Caminhos de Ferro ;
- Tenho vergonha de que os políticos, cedendo aos grandes lóbies dos fogos e de outras negociatas, tenham retirado à Força Aérea Portuguesa a concentração, controlo e manutenção dos meios aéreos de combate a incêndios, socorro e apoio sanitário, etc.
- Tenho vergonha de que, em nome do défice orçamental, os políticos tenham reduzido os efectivos militares abaixo dos mínimos razoáveis e tenham tornado obrigatória a autorização ministerial de despesas, ridicularizando a acção de comando, em situações urgentes e inadiáveis. Dois exemplos:                                                                                                            *Relativamente aos efectivos : Todos os anos se comemora o dia da unidade do Regimento de Infantaria 13 (Vila Real) no dia 9 de Abril (Batalha de La Lys -1ªGM). Como não recebesse o convite habitual para estar presente, informaram-me que o dia da Unidade seria comemorado apenas quando regressasse o Batalhão que estava numa missão internacional. No dia da festa da Unidade vim a saber a razão efectiva do adiamento – falta de efectivos para que a cerimónia pública, no centro da cidade de Vila Real, fosse realizada com um mínimo de dignidade !...     * Relativamente à autorização para despesas inadiáveis : - Os Paióis Nacionais de Tancos : Apesar de se tratar de uma zona altamente sensível, o sistema de videovigilância há muito estava inoperacional, as vedações careciam de reparação e os efectivos para garantir a segurança e vigilância não eram suficientes. Segundo li, a “Lei de Programação Militar” previa a disponibilização de verbas em 2018 para ocorrer às deficiências atrás apontadas. Segundo os regulamentos militares, “o Comandante é responsável pelo que a Unidade faz ou deixa de fazer” !...Se esta regra fossa aplicada na política, todos os dias havia “cabeças a rolar” em direcção ao Rio Tejo !...
- Tenho vergonha dos políticos que se “orgulham” do défice mais baixo da democracia, alardeado em grandes cartazes, à custa do essencial para o Pais e, claro, da População !...
- É disto e de muito mais de que tenho vergonha !...

Apesar destas e de outras vergonhas, CONTINUO A TER MUITO ORGULHO EM SER MILITAR !...

COMO A MAIORIA DOS POLÍTICOS NÃO FEZ SERVIÇO MILITAR, NÃO TEM A NOÇÃO DO ORGULHO DE SER MILITAR !... 

Com um abraço amigo
AB                                                                                                                 


Sem vírus. www.avast.com

sábado, 29 de julho de 2017

O MOSTRENGO

O MOSTRENGO  POLÍTICO

O mostrengo que está no fim dos tempos,
Na noite da discórdia e incompetência,
À roda da casa do povo voou mil vezes,
Tantas vezes de ódio da intriga a sugar.

E disse:
Quem governou meu povo desta forma?
Nas minhas barbas e meu povo gemendo!
O Zé-povinho agarrado aos remos, tremendo:
Tenham dignidade e respeito por nós todos!

De quem são as intrigas e furtos que ouço?
De quem as trapaças que vejo e ouço?
Disse o mostrengo e rodou mil vezes,
Mil vezes rodou raivoso e muito nojento:
Quem vem sujar aquilo que construímos,
Pois aqui moro há séculos contra tantos?
Deixemos medos, para a frente nobre povo!
Procurando homens honestos e sensatos,
Disse ao seu povo já bastante furibundo!

Muitas vezes governantes folgaram,
Tantas vezes o povo os repreendeu,
E disse já no fim de vibrar mil vezes:
Nos campos ao sol e ao vento sou eu,
Um Povo digno e honesto que exige,
Dignidade aos homecns dos lemes,
Longe das trevas de todos submundos,
Assim manda a honra de nossos maiores.

Marvila, 25 de Maio de 2017

 António Borges da Cunha

sábado, 22 de julho de 2017

HAJA VERGONHA

A ética da República ou os amigos são para as ocasiões
HAJA  VERGONHA !!!
1 - Ricardo Rodrigues, ex-deputado condenado por ter roubado gravadores a jornalistas com pena confirmada pelo Tribunal da Relação em 2013, acaba de ser nomeado para o Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais.
2 - António Gameiro, deputado e advogado condenado em tribunal por ter ficado com 45.000 euros de um cliente com pena confirmada pelo Tribunal da Relação em 2016, acaba de ser nomeado para o Conselho de Fiscalização do Sistema Integrado de Informação Criminal.
Sendo obviamente impossível esperar que os senhores deputados fizessem o favor de aprovar uma lei que impeça políticos condenados de voltarem algum dia a exercer cargos públicos, pois Portugal não é a Suécia nem a Alemanha, seria pedir muito que aprovassem pelo menos um período de nojo mínimo de 10 anos ?

quarta-feira, 19 de julho de 2017

NÃO MALTRATEM A LÍNGUA PORTUGUESA

Presidenta: Ainda hoje ouvi uma locutora a chamar Presidenta a uma senhora presidente duma corporação de bombeiros. Isto foi na televisão.
BRIEFING: Quando ouço esta palavra fico logo transtornado porque revela a mentalidade "Cócoras" dos portugueses. Perdeu-se o orgulho nacional pois temos palavras que substituem este anglicismo. Ora vejamos: ENCONTRO, ESCLARECIMENTOS...
ALTO E PARA O BAILE; Quer dizer vamos bailar. Não acham isto uma aberração?
O CÁGADO VAI PARA A PRAIA. Era assim, agora e:
O CAGADO VAI PARA A PRAIA.
O MORAL É O ESTADO DE ESPÍRITO.
A MORAL SÃO NORMAS DE COMPORTAMENTO
AS PALAVRAS DE ORIGEM GREGA TERMINADAS EM "A" SÃO DO GÉNERO MASCULINOS, MAS NESTE MOMENTO OUVI UM MINISTRO DIZER UMA GRAMA QUE É UM ERRO MUITO VULGAR. O CORRECTO É UM GRAMA, UM QUILOGRAMA, UM HECTOGRAMA, UM DECAGRAMA, ETC. 06/11/2017.




Continua...

domingo, 16 de julho de 2017

A RECONSTRUÇAO DAS ALDEIAS

O governo perde uma oportunidade única para mostrar a sua capacidade de liderança.
As Câmaras têm certamente arquitectos e engenheiros a mais. devido à crise, e seria fácil constituir uma equipa para deslocar para aquela zona alguns a fim de proceder à reconstrução com cabeça tronco e membros.
Que diriam à fusão de aldeias, construindo em proximida, pois torna-se desvantajoso para todos povoados com poucos habitantes, concentrando de forma a dar mais segurança às poucas famílias existentes.
LEMBREM-SE DO MARQUÊS DE POMBAL.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Normas do paiol do RI9 em 1948


CARTA ABERTA AO CHEFE EST. MAIOR DO EXÉRCITO

Carta aberta a quem ocupa a função de chefe de Estado-Maior do Exército

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A sua postura na sequência da borrada de Tancos tem sido inqualificável. O senhor perdeu o respeito de todos; perdeu o respeito por todos e, ao que se topa, só não perdeu o respeito por si. Lá chegará
“O mal não deve ser imputado apenas àqueles que o praticam, mas também àqueles que poderiam tê-lo evitado e não o fizeram”.
Tucídides (460-396 AC.)
O senhor está a ser uma vergonha e uma desgraça para o Exército, as Forças Armadas e o País compreenderá, por isso, que não o trate sequer pelo posto. Na minha mente existe apenas a dúvida se o hei-de despromover a director-geral ou a comissário político…
Não sei se deu conta mas já não estamos no PREC onde valia tudo, se é que alguma vez tomou consciência do que isso foi e o que representa.
Mas creio poder afirmar, sem muito errar, que o seu comportamento configura um subproduto distante da herança dessa malfadada época.
A sua postura na sequência da borrada de Tancos tem sido inqualificável. O senhor perdeu o respeito de todos; perdeu o respeito por todos e, ao que se topa, só não perdeu o respeito por si. Lá chegará.
O País deixou de ter fundo porque foi capturado maioritariamente por gente sem moral nem princípios, cuja óbvia preocupação se esgota no sucesso dos negócios a qualquer preço e por muitos que sofrem de defeitos congénitos na espinhal medula.
O seu comportamento parece encaixar na perfeição, neste último âmbito. E se calhar quem o empurrou para o actual cargo sabia isso plenamente.
Já não lhe bastou andar a fazer de capacho do senhor ministro da Defesa – personagem que já provou à saciedade não estar capacitado para o lugar – aquando do caso burlesco e insidioso do Colégio Militar (estão bem um para o outro!); ter andado meio à nora no infeliz caso dos “Comandos” e na muito mal gerida ultrapassagem na promoção do Major General Moura – só para ficarmos por aqui – exonera, depois, “provisoriamente” (?!) cinco comandantes de unidade, sem lhes levantar um simples processo disciplinar (e não devia haver apenas um responsável pelos paióis?), para finalmente num gesto de opróbrio, ir dizer aos deputados que se sente humilhado com os seus subordinados e outros dislates avulsos?
A generalidade dos militares, se é que ainda o são, é que se sentem humilhados com o seu comportamento, indigno de qualquer militar que se preze, quanto mais num sucessor do comandante da hoste que derrotou os mouros em Ourique!
Por tudo isto, não hesite e em vez de correr o risco de acabar muito mal na função que ocupa transitoriamente, tenha um momento de lucidez, meta férias, vá ter, sei lá, com o Dr.António Costa a Maiorca e aproveite para desaparecer sem deixar rasto.
Já chega.
Cidadão BI (civil) 02171021; 
Cidadão (militar) 014391-L

TUCIDIDES

“O mal não deve ser imputado apenas àqueles que o praticam, mas também àqueles que poderiam tê-lo evitado e não o fizeram”.
Tucídides (460-396 AC.)

terça-feira, 4 de julho de 2017

ENTREGUES A QUEM?

OPINIÃO

O Estado português está entregue aos bichos?

As fragilidades demonstradas pelo Governo nas últimas duas semanas provam que, de facto, não há milagres. A vaca de António Costa deixou de voar.
É verdade que não morreram 64 pessoas – ainda –, mas, no campeonato da incompetência e do desprestígio do Estado, o assalto à base militar de Tancos não é menos grave do que o incêndio de Pedrógão Grande. A lista de armamento roubado revelada pelo El Español dá para iniciar uma pequena guerra, e não se transporta às costas, nem em dois sacos do IKEA. Se o Estado não consegue sequer proteger armamento militar, permitindo roubos de camioneta nas traseiras dos seus paióis, consegue proteger exactamente o quê?
Mais uma vez, ninguém soube explicar o que se passou. Mais uma vez, o ministro da tutela limitou-se a passear estupefacção pelo telejornal. Mais uma vez, ninguém se demitiu. Afinal, “estes roubos” – palavra do chefe do Estado-Maior do Exército – “podem acontecer em qualquer país e em qualquer Exército, desde que haja vontades e capacidades”. Em Pedrógão, a culpa foi da natureza do fogo. Em Tancos, foi da natureza do homem. Tudo 100% natural.
Orçamento da Defesa para 2017: 2149 milhões de euros. Será que não dava para arranjar uns trocos para pôr a funcionar o sistema de videovigilância de um armazém com explosivos potentíssimos e lança-granadas capazes de abater helicópteros? O supermercado da minha rua tem videovigilância para ver se não roubam agriões e latas de salsichas. O Bairro Alto tem videovigilância para ver turistas ébrios a vomitar nas esquinas. Mas um paiol do Exército contendo armamento capaz de demolir um prédio e matar milhares de pessoas não tem a dignidade de um bêbado nem de uma salsicha tipo Frankfurt. Bem-vindos à República Portuguesa.
E, das duas, uma: ou António Costa passou, em 15 dias, de ser o homem mais sortudo do planeta para ser o homem mais azarado do mundo, ou então aquilo que se está a passar no país não é obra nem da sorte, nem do azar. É obra da incompetência e de uma estratégia política e económica assumida pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças. É o reflexo de opções muito claras, que elevaram boys incapazes a cargos de poder – seja na Protecção Civil, seja no Exército, seja na liderança do Ministério da Defesa – e deram cabo, com as famosas “cativações”, dos meios básicos de sustentação do Estado. O dinheiro que existe para pagar a redução das 40 para as 35 horas de trabalho na função pública é o dinheiro que não existe para pagar atempadamente a reparação de antenas, vedações e sistemas de videovigilância. Sim, o Estado está a pagar melhor aos seus trabalhadores. Mas como, infelizmente, o dinheiro não dá para tudo, falta orçamento para comprar o material que permita aos trabalhadores fazerem o seu trabalho.